PF: plano cogitou uso de artefato explosivo e envenenamento para matar Moraes
Segundo a Polícia Federal, organização criminosa usaria arsenal de guerra para eliminar o ministro do Supremo
A organização criminosa que planejou as mortes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, em 2022, planejou o uso de artefato explosivo e envenenamento para se livrar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a Polícia Federal (PF).
“Foram consideradas diversas condições de execução do ministro ALEXANDRE DE MORAES, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público”, diz a decisão que embasou a operação desta terça-feira (19), assinada por Moraes.
De acordo com a PF, Moraes era monitorado continuamente. A organização criminosa, composta na maioria por integrantes das Forças Especiais (FE) do Exército, os chamados “kids pretos”, realizou levantamento para identificar o aparato de segurança pessoal do ministro.
“As informações sobre segurança pessoal também apontam para uma provável estrutura de segurança do magistrado daquele momento. Mais ao final da primeira página, é mencionado um tempo de reconhecimento de pelo menos 2 semanas nas regiões de ‘DF’ e ‘SP’ sendo exatamente as unidades da federação em que o ministro frequenta ordinariamente”, afirma trecho da decisão.
Arsenal de guerra seria usado para matar Moraes
Ainda conforme exposto pela PF, a organização criminosa previa o uso de um arsenal de guerra para matar Moraes, com pistolas, fuzis, metralhadora e um lança-granada. Na decisão do ministro do Supremo, a polícia detalha o uso específico de cada um dos equipamentos. Veja abaixo:
“A lista com o arsenal previsto revela o alto poderio bélico que estava programado para ser utilizado na ação. As pistolas e os fuzis em questão (4 Pst 9mm ou .40 e 4 Fz 5,56mm, 7,62mm ou .338) são comumente utilizados por policiais e militares, inclusive pela grande eficácia dos calibres elencados. Chama atenção, sobretudo, o armamento coletivo previsto, sendo: 1 metralhadora M249 – MAG – MINIMI (7,62mm ou 5,56mm), 1 lança-granada 40mm e 1 lança-rojão AT4. São armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate“, aponta parte da decisão.
“A metralhadora M249 é um equipamento leve, altamente eficaz, projetada para fornecer suporte de fogo em combate. A combinação de leveza, taxa de disparo e capacidade de alimentação a torna uma arma estimada em diversas situações táticas”, explica a PF.
“A segunda é uma arma projetada para disparar granadas de fragmentação ou munições especiais de 40mm, que fornece capacidade de fogo indireto e versatilidade em termos de tipos de munição”, segue a explicação.
“O terceiro armamento, AT4, é um lança-rojão, utilizado principalmente por forças armadas e de segurança para combate a veículos blindados e estruturas fortificadas. É um lançador de foguetes antitanque. A munição é um foguete guiado que possui uma ogiva explosiva”, encerra.