Após atentado, relator do PL da Anistia defende debate para “acalmar ânimos”
Parlamentar disse que comparar ataque a bomba em Brasília com 8 de janeiro é absurdo
O deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE), relator do PL da Anistia, que tramita na Câmara, defende que, apesar do atentado ocorrido em Brasília na última quarta-feira (13), a proposta deve continuar a ser debatida na Comissão Especial.
O parlamentar rebateu à CNN as falas de governistas, que entenderam o ocorrido como uma continuidade dos ataques de 8 de janeiro 2023.
“Tratar o fato lamentável da última quarta, onde uma pessoa com problemas emocionais deu fim à sua vida, como uma ‘continuidade’ do 8 de janeiro é absurdo”, comentou.
Expectativa
O relator disse, ainda, que no que depender dele e dos demais deputados, o projeto de lei — que busca anistiar quem atuou no 8 de janeiro — será votado até o fim de 2024.
“Votaremos até o fim deste ano a anistia para acalmar os ânimos no país que não aguenta mais tanta briga e tensões entre os poderes, onde dois Poderes vem atuando em uma espécie de consórcio”, disse.
Valadares defende que “pare de se jogar gasolina nesse incêndio”.
“Conversaremos com o presidente [da Câmara, Arthur] Lira para instaurar a Comissão Especial o quanto antes para buscar a pacificação do país, discutindo com todos os atores participantes”, defendeu.
Arquivamento
Na última quinta-feira (14), deputados do PSOL protocolaram um requerimento que pede o arquivamento do PL da Anistia na Câmara.
No documento, os congressistas alegam que o projeto merece ser declarado prejudicado e arquivado, “tanto pelos fatos ocorridos na noite de ontem [quarta-feira] como pelas flagrantes inconstitucionalidades que reveste a matéria de fundo”.