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    Aliança contra a fome nasce no G20, mas será global, diz Lula

    Em discurso na abertura da Cúpula, presidente afirmou que Brasil sairá do mapa da fome até 2026 e “fará muito mais” com o advento da Aliança

    Gabriela Boechatda CNN , Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a Cúpula do G20 nesta segunda-feira (18) com o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Em discurso, Lula afirmou que a iniciativa nasce no G20, mas tem destino global.  

    “Foi um ano de trabalho intenso, mas este é apenas um começo. A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global”, disse o presidente.  

    A iniciativa foi lançada com 147 membros fundadores, sendo 81 países mais União Europeia e União Africana, além de 64 integrantes entre organizações internacionais e instituições financeira. 

    O presidente ressaltou que a fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais, mas fruto de decisões políticas. Ele afirmou ainda que é dever dos países integrantes do G20 “acabar com essa chaga que envergonha a humanidade.”

    “Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este será o nosso maior legado”, afirmou.

    Lula lamentou ainda a volta do Brasil para o mapa da fome em 2022 e afirmou que o país sairá dele até 2026.

    “Conseguimos sair do mapa da fome em 2014, para o qual voltamos em 2022 em um contexto de desarticulações do estado de bem-estar social. Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. […] Até 2026, novamente sairemos do mapa da fome e com a Aliança faremos muito mais”, afirmou.

    Guerras

    Durante o discurso de abertura, Lula relembrou que participou da primeira reunião de líderes do G20, realizada em Washington (EUA) no contexto da crise financeira de 2008. O petista disse constatar com tristeza que, 16 anos depois, o mundo está pior.

    “Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada.”, disse.

    “Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta. As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas”, completou.

    Cúpula do G20

    A Cúpula do G20 é realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, e conta com a presença de mais de 55 representantes oficiais de países e organizações internacionais. 

    Nesta segunda-feira (18), serão realizadas duas sessões de debates. A primeira, que ocorre nesta manhã, terá como tema o combate à fome e às desigualdades sociais e inclui o lançamento da Aliança. 

    Dentre os objetivos da iniciativa está alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030; expandir refeições escolares de melhor qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com pobreza infantil, além de arrecadar crédito e doações por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento para implementar programas. 

    A lista de países ou instituições que podem aderir à Aliança não ficará fechada, podendo incluir novos membros ao longo do tempo. 

    No período da tarde, a segunda sessão de debates tratará da reforma da governança global, pautando principalmente maior inclusão no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), bem como mudanças em instituições financeiras globais como o Banco Mundial e o FMI. 

    Na terça-feira (19), será realizada a terceira sessão para abordar desenvolvimento sustentável e transição energética. Logo depois, haverá a cerimônia de transmissão da presidência do grupo para a África do Sul. 

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