PL da Anistia: Barroso diz que é preciso responsabilizar para não “naturalizar o absurdo”
Declaração do presidente do STF acontece um dia após novos ataques aos Três Poderes
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu a responsabilização dos envolvidos em atos antidemocráticos, como no caso do 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e vandalizaram a Praça dos Três Poderes.
A declaração foi feita nesta quinta-feira (14), um dia depois de um homem-bomba ter realizado um atentado no mesmo local.
“Acho que passar a mão na cabeça de episódios como o que teve aqui… Isso aqui foi tudo destruído por pessoas que se articularam. Portanto, é preciso responsabilizar”, declarou após ser questionado sobre o projeto de lei que visa anistiar os presos do 8 de janeiro, o PL da Anistia.
No contrário, nas próximas eleições, quem perder vai achar que pode fazer a mesma coisa e a gente naturaliza o absurdo
Luís Roberto Barroso
Barroso lembrou que o tema é de competência do Congresso Nacional, mas avaliou que a anistia antes mesmo da condenação dos réus parte do pressuposto de que “não aconteceu nada grave”.
O PL da Anistia tramita na Câmara. No final de outubro, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), determinou a criação de uma comissão especial para analisar o tema.
O STF é responsável por julgar os réus envolvidos na invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Até 7 de novembro, ao menos 265 pessoas já haviam sido condenadas pelos atos.