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    Planalto descarta Lula-Trump como repetição de Lula-Bush

    Auxiliares do petista veem distância ideológica maior e vínculos com bolsonarismo como impeditivos

    Daniel Rittnerda CNN , Brasília

    Auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartam, em conversas reservadas, uma relação com Donald Trump semelhante à estabelecida com George W. Bush no período em que o ex-presidente texano comandou a Casa Branca (2001-2009).

    Ambos são do Partido Republicano. Mais do que um contato amistoso, Lula e Bush tinham ótimas relações pessoais.

    O americano fez uma visita oficial ao Brasil e posou sorridente ao lado do petista. Segundo expressão usada por diversas fontes do Palácio do Planalto, havia “química” entre os dois.

    Ninguém espera, no entorno de Lula, a repetição de tal cenário com Trump.

    Para conselheiros presidenciais, além de uma distância ideológica muito maior, os vínculos diretos do republicano com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornam qualquer aproximação inviável.

    A avaliação, no Planalto, já era de que a candidatura de Trump faz parte de um movimento global de ascensão da direita – que tem como expoentes líderes como Victor Orbán (Hungria), Marine Le Pen (França), Javier Milei (Argentina), Santiago Abascal (Espanha), André Ventura (Portugal) e outros.

    No Brasil, esse movimento é representado pelo bolsonarismo.

    De acordo com a leitura de assessores presidenciais, a vitória de Trump reenergiza a direita brasileira no caminho para as eleições de 2026. Com a disputa no Brasil, esse seria mais um obstáculo a uma “ponte” entre o Planalto e a Casa Branca nos próximos anos.

    Isso não significa, porém, uma postura de “descuido” com as relações Brasil-Estados Unidos.

    O plano do governo brasileiro é explorar outras possibilidades de aproximação, como os contatos com congressistas americanos que se dedicam ao Brasil, como o republicano Lance Goode, um dos copresidentes da Frente Parlamentar Brasil-Estados Unidos, o chamado Brazil Caucus.

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