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    Julgamento do caso Marielle traz recado para criminosos, diz Anielle Franco à CNN

    Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo crime na última quinta-feira (31)

    Beatriz Alvesda CNN* , São Paulo

    Em entrevista à CNN, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle Franco, destacou a importância da condenação dos executores da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

    Os responsáveis pelas mortes, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados na quinta-feira (31) por um júri popular no Rio de Janeiro. 

    Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão. Queiroz, a 59 anos e 8 meses. Os dois também terão ainda de pagar, juntos, uma indenização no valor de R$ 706 mil para cada uma das vítimas.

    “Foi importante a gente ter esse senso de justiça começando a ser desenhado. Embora eu esteja repetindo que a justiça mesmo era a Marielle estar aqui. Ela não volta, mas acho que esse julgamento traz um recado, para os tantos ‘Élcios’ e ‘Ronnies’ que existem no país,” disse a ministra, em entrevista ao jornal Live CNN, nesta segunda-feira (4).

    Questionada se acredita que a Justiça possui todas as respostas sobre o caso, Anielle disse que não. “A frase que mais ecoou no Brasil durante esses seis anos e sete meses foi: quem mandou matar Marielle e por que?”, pontuou.

    A ministra afirmou ainda que ninguém, independente do motivo, merece ser assassinado da forma que Anderson e Marielle foram.

    “A Marielle é um exemplo claro de um feminicídio político, e pensar que os possíveis mandantes são pessoas eleitas, que deveriam estar cuidando do povo, mas ele se incomodaram com uma mulher negra. A investigação trás a tona muita coisa, e o caso abriu a porta de um esgoto, já que depois da morte dela, tivemos muitos outros casos de violência política”, acrescentou.

    “Enquanto tivermos sangue correndo nas nossas veias e forças para lutar, o legado da Marielle estará sempre presente, por ela e por todas as mulheres negras nesse país”, concluiu a ministra.

    *Sob supervisão de Renata Souza

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