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    Oposição critica viagem de Haddad à Europa em meio a indefinições sobre corte de gastos

    Parlamentares ouvidos pela CNN avaliam que momento atual é de "crise"

    Cristiane NobertoDanilo Moliternoda CNN , Brasília e São Paulo

    Em meio à incerteza sobre a entrega de um pacote de corte de gastos do governo, deputados de oposição reagiram à viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a Europa na próxima semana.

    Parlamentares ouvidos pela CNN criticaram a ausência do chefe da equipe econômica no momento que avaliam ser de crise.

    O vice-líder da oposição na Câmara, Marcel Van Hattem (Novo-RS), afirma que o governo “não cumpre o próprio arcabouço” e diz que, antes de viajar para “vender” o Brasil lá fora, Haddad “precisa arrumar a casa”.

    “O governo, infelizmente, está cumprindo a cartilha do PT: gasto sem responsabilidade e desrespeito com qualquer tipo de trava. Não cumprem nem o próprio arcabouço fiscal que criaram, muito mais frágil do que o teto de gastos anteriormente vigente. Haddad vai ao exterior vender o quê, para quem? Precisa arrumar a casa primeiro, mas a viagem talvez demonstre justamente isso: que aquilo que deveria ser prioridade não será feito.”

    Já o vice-líder do PL, deputado Domingos Sávio (MG), diz que o país está enfrentando uma “grave crise econômica” e atribui isso à “gastança irresponsável” da administração atual.

    De acordo com ele, apesar do aquecimento da atividade privada e do esforço da população, o governo continua a agravar o déficit fiscal, com projeções preocupantes para os próximos anos.

    “Fazer uma viagem para a Europa, no momento em que todos esperavam dele uma atitude concreta para apresentar soluções para o equilíbrio fiscal, sem sequer apontar um compromisso importante que esteja agendado, comprova o que todos nós sempre alertamos: o governo do PT não mostra responsabilidade com o interesse do país. Não tem limite com a gastança, não se dispõe a fazer sacrifícios, não se dispõe a fazer cortes que garantam um equilíbrio fiscal, e é isso que, infelizmente, faz com que o país perca uma grande oportunidade, enquanto o Brasil poderia ser a bola da vez”, afirmou.

    Procurada pela CNN, a assessoria do Ministério da Fazenda não respondeu.

    Para o presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), Haddad não vai, de fato, entregar um pacote de cortes de gastos “viável”.

    “Primeiro, eu não acredito que o Haddad vai, de fato, trazer um pacote de cortes de gastos viável. Não é o que está no DNA deste governo, este tipo de medida. Acho que a viagem dele à Europa demonstra falta de compromisso com essa agenda. […] A gente não viu ninguém do governo defendendo, de fato, essa agenda, porque, de novo, não está no DNA deles. Reduzir os gastos poderia levar eficiência para a economia. E não bastaria apresentar o pacote, se não articular. Não dá para acreditar que a base do PT apoiaria um pacote como este”, afirmou.

    O vice-líder da minoria na Câmara, Rodrigo Valadares (União-SE), também criticou a viagem do titular da Fazenda e pontuou a alta do dólar, que atingiu a marca de R$ 5,90, a maior alta desde a pandemia, como um dos fatores de preocupação.

    “A alta do dólar para R$ 5,90 é uma tragédia anunciada, e Haddad resolve viajar no meio dessa crise. Essa decisão evidencia um governo sem direcionamento, que negligencia o impacto do câmbio na vida das pessoas. A economia brasileira precisa de um ministro presente, e não de alguém que foge das responsabilidades”, disse.

    Agentes econômicos têm pressionado o governo para apresentar medidas que sejam viáveis para a sustentabilidade das regras fiscais do país. Isso porque, na avaliação deles, o governo tem feito ajuste das contas apenas pelo lado das receitas, enquanto os gastos continuam a aumentar.

    Na última terça-feira, Haddad afirmou que não tinha um prazo para apresentar as propostas, o que fez com que o dólar começasse a trajetória de alta, fechando em R$ 5,87 na sexta-feira (1º).

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