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    Venezuela convoca embaixador no Brasil para consultas por “grosseria” de Amorim

    Ministério das Relações Exteriores divulgou comunicado rechaçando declarações do assessor da presidência

    Tainá FalcãoMariana CatacciLeonardo Ribbeiroda CNN

    A Venezuela convocou o embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell, para consultas para manifestar seu descontentamento com o que chamou de “grosserias” do governo brasileiro. A declaração do Ministério de Relações Exteriores menciona especificamente o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim.

    O comunicado divulgado nesta quarta-feira (30) pelo governo venezuelano afirma que Amorim se comporta como um “mensageiro do imperialismo norte-americano” e diz que o assessor do presidente Lula tem se dedicado a “emitir juízos de valor sobre processos que correspondem somente aos venezuelanos e venezuelanas”.

    A carta do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela ainda classifica as declarações de Amorim como uma “agressão constante” que tem minado as relações diplomáticas entre os países.

    A convocação para consultas de Vadell manifesta forte insatisfação de Caracas com a postura do governo brasileiro, mas ainda não significa rompimento das relações bilaterais.

    Em audiência na terça-feira (29) na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Amorim disse que autoridades venezuelanas estão “acusando injustamente” o Brasil por barrar a adesão do país vizinho aos Brics — grupo com liderança brasileira junto com Rússia, China, Índia e África do Sul.

    Amorim lembrou que “o Brasil concordou com Cuba e não concordou com a Venezuela”. “Porque existe esse mal-estar — que eu mesmo estou dizendo aqui e estou repetindo –, que eu espero que possa se dissolver à medida que as coisas se normalizem”.

    Essa normalização, segundo ele, está ligada ao processo eleitoral. Amorim deixou claro que o Brasil não reconhece o processo que deu a Nicolás Maduro mais um mandato.

    O embaixador contou que foi enviado pelo governo para acompanhar as eleições em julho. Até o fim da votação, achou que tudo seria tranquilo.

    Após o resultado, teria questionado Nicolás Maduro sobre a divulgação das atas eleitorais. O presidente teria atribuído o atraso no resultado a um ataque cibernético.

    “Voltei para o Brasil já num clima de incerteza. O fato é que não se deu publicidade aos resultados de maneira detalhada. As atas não foram publicadas, o princípio da transparência não foi respeitado”, pontuou.

    *Em atualização

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