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    EUA não falarão sobre proposta de cessar-fogo de dois dias em Gaza

    Proposta do Egito inclui troca de quatro reféns israelenses por prisioneiros palestinos

    Jennifer Hanslerda CNN

    O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, não quis comentar sobre o acordo de cessar-fogo de dois dias em Gaza, proposto pelo Egito, mas ressaltou que os EUA estão “abertos a diferentes tipos de negociações”.

    “Não quero falar de nenhuma proposta específica. Não acho que seja benéfico abordá-las publicamente”, declarou Miller durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (28).

    Miller pontuou que os EUA tentaram uma pausa do gênero em novembro de 2023, que levou à libertação de alguns dos reféns.

    “Sempre deixamos claro que estamos abertos a diferentes tipos de acordos e queremos analisar diferentes tipos de propostas e ver se há alguma possível, mas temos dois grandes objetivos primordiais: um é trazer os reféns para casa e o outro é acabar com a Guerra”, destacou Miller.

    “E essas são as duas coisas que estamos tentando alcançar nas nossas negociações e nas nossas conversas com outras autoridades da região”, acrescentou.

    As negociações sobre reféns e cessar-fogo em Gaza foram retomadas em Doha no domingo (27), de acordo com um diplomata familiarizado com o assunto. Foi a primeira rodada de negociações em mais de dois meses. Autoridades dos EUA defenderam uma desescalada do conflito após o assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, por Israel.

    No domingo, o Egito propôs publicamente um acordo de cessar-fogo de dois dias, em que quatro reféns israelenses em Gaza seriam trocados por prisioneiros palestinos em Israel. O Cairo desempenhou um papel fundamental na mediação das negociações, junto com o Catar e os EUA.

    Entenda o conflito na Faixa de Gaza

    Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

    O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

    O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.

    Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

    A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.

    Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.

    O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.

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