Análise: MDB se posiciona como “player fundamental” para futuro de Tarcísio
Pedro Venceslau analisa o discurso de vitória de Ricardo Nunes (MDB) na eleição de São Paulo, em que o prefeito reeleito fez elogios ao governador paulista
O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), celebrou sua vitória nas eleições municipais deste domingo (27) com um discurso que chamou atenção ao se referir ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como o “líder maior”. Esta declaração marca um momento significativo na política paulista e potencialmente nacional.
A fala de Nunes sugere uma possível formação de uma frente ampla de direita, que pode se estender até as eleições presidenciais de 2026. O analista político da CNN Pedro Venceslau destaca que o MDB se posiciona como um “player fundamental” para os projetos futuros de Tarcísio, seja para uma reeleição em São Paulo ou uma eventual disputa pela Presidência.
Vitória da direita moderada e limitação da influência de Bolsonaro
O resultado das eleições em São Paulo não apenas consolida a vitória de Nunes, mas também sinaliza o fortalecimento de uma direita mais moderada. Venceslau aponta que este cenário demonstra uma certa limitação da liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja ausência na celebração da vitória de Nunes foi notada.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, emerge como uma figura central neste novo arranjo político. Seu discurso ao lado do prefeito reeleito indica um projeto político já bem consolidado em São Paulo, com ramificações que se estendem pelo interior do estado, onde o governador também acumulou vitórias significativas.
Formação de alianças e distribuição de poder
A presença de Gilberto Kassab (PSD) ao lado de Nunes durante a comemoração da vitória é emblemática. Kassab, cujo partido elegeu o maior número de prefeitos no estado, deve desempenhar um papel crucial no projeto de poder de Tarcísio.
Quanto à futura gestão de Nunes, o analista prevê que a influência do bolsonarismo não será predominante. Apesar das demandas de bolsonaristas por espaços na prefeitura, como as secretarias de Cultura, Educação e Segurança Urbana, a coligação vencedora, composta por 12 partidos, terá que equilibrar as aspirações de todos os aliados na distribuição de cargos e responsabilidades.
