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    Boulos apresenta notícia-crime ao TSE contra Tarcísio e Nunes por declarações sobre PCC

    Defesa do candidato do PSOL pede ainda a inelegibilidade do governador pelos próximos 8 anos e a cassação de Ricardo Nunes (MDB)

    Leticia Martinscolaboração para a CNN , São Paulo

    O candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), apresentou, na noite deste domingo (26), uma notícia crime ao Tribunal Superior Eleitoral contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

    O relator será o ministro Nunes Marques, que também é membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, decidir se abre ou não uma investigação sobre o caso.

    Durante o dia, a defesa do psolista já havia acionado a Justiça Eleitoral de São Paulo contra Tarcísio e Nunes por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

    Neste domingo, Tarcísio afirmou que há informações de inteligência que apontam que uma facção criminosa na capital paulista orientou pelo voto no psolista.

    “A presente demanda tem por objeto o abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social em razão das irresponsáveis declarações prestadas
    pelo Governador do Estado, Tarcísio Gomes de Freitas, ao lado dos réus Ricardo Luis Nunes e Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araujo, pouco após as 12h de hoje, durante o horário de votação”, diz a ação protocolada pelo advogado Francisco Octavio de Almeida Prado Filho, da campanha de Guilherme Boulos.

    Na representação apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a defesa do ex-candidato do PSOL pede ainda a inelegibilidade do governador pelos próximos oito anos e a cassação de Ricardo Nunes (MDB). “Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo”, diz a liminar.

    Em coletiva nesta tarde, Boulos afirmou que espera a Justiça Eleitoral “seja rápida no seu posicionamento, porque isso é inadmissível em uma situação de normalidade democrática”.

    De acordo com o candidato, a ação foi emergencial “para poder reduzir danos desse impacto absurdo dessa declaração criminosa do governador do estado para beneficiar o meu adversário”.

    A declaração de Tarcísio foi dada a jornalistas no local de votação do governador. Ele estava acompanhado do prefeito reeleito Ricardo Nunes, de seu então candidato vice, Coronel Mello Araújo, e de outros apoiadores.

    Declaração de Tarcísio

    Ao ser questionado sobre supostas orientações do Primeiro Comando da Capital (PCC) contrárias à campanha da deputada federal Rosana Valle (PL-SP), no litoral paulista, o governador afirmou que “isso aconteceu aqui em São Paulo também, com o Ricardo”. “Disseram para votar no outro”, acrescentou.

    “A gente vem alertando isso há muito tempo, a infiltração do crime organizado na política. Então, nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas”, continuou Tarcísio.

    Segundo o governador, “houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa, orientando determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos”.

    A CNN entrou em contato com a assessoria de Tarcísio e com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e, em resposta, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que “o Sistema de Inteligência da Polícia Militar interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa determinando a escolha de candidatos à prefeitura nos municípios de Sumaré, Santos e Capital. A Polícia Civil investiga a origem das mensagens.”

    Sobre a ação de Boulos na Justiça Eleitoral, a assessoria de Tarcísio de Freitas não se pronunciou.

    Apuração

    CNN acompanha, em tempo real, a apuração dos votos em todas as 51 cidades do Brasil que disputam o segundo turno neste domingo (27).

    Em São Paulo, a contagem dos votos pode ser acompanhada clicando neste link.

    Ministério da Justiça registrou 3 mil crimes eleitorais no 1º turno

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