Partido governista vence eleição na Geórgia, segundo contagem de votos
Grupo de monitoramento denuncia fraude eleitoral, intimidação e suborno de eleitores
O partido “Sonho da Geórgia”, que governa o país, recebeu mais de 54% dos votos em uma eleição parlamentar no sábado (26), com mais de 99% dos distritos contabilizados, disse a comissão eleitoral neste domingo (27).
O resultado é um golpe para os georgianos pró-ocidentais, que tinham lançado a eleição como uma escolha entre um partido no poder que aprofundou os laços com a Rússia e uma oposição que esperava uma integração rápida com a União Europeia.
O ISFED, um grupo de monitoramento eleitoral da Geórgia, disse que registrou violações, incluindo a fraude eleitoral, intimidação e suborno dos eleitores, que poderiam ter tido impacto nos resultados.
A entidade disse ainda que não tinha visto violações significativas na contagem de votos, a maioria dos quais foram emitidos eletronicamente.
A comissão eleitoral e o partido não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre as alegações, mas no sábado (26) ambos aclamaram uma eleição livre e justa.
Os quatro principais partidos da oposição do país disseram que não reconhecem os resultados, com um líder da oposição chamando os resultados de “golpe constitucional”.
Mas o fundador bilionário e recluso do “Sonho da Geórgia”, Bidzina Ivanishvili, que tinha feito uma campanha intensa para manter a Geórgia fora da guerra na Ucrânia, reivindicou sucesso no sábado à noite (26), com o seu partido apresentando o seu melhor desempenho desde 2012, graças às enormes margens de até 90% em algumas zonas rurais.
“É um caso raro no mundo que o mesmo partido alcança tanto sucesso em uma situação tão difícil – isso é um bom indicador do talento do povo georgiano”, disse Ivanishvili aos apoiadores na noite de sábado (26).
O “Sonho da Geórgia” de Ivanishvili diz que quer que a Geórgia se junte à União Europeia, embora Bruxelas diga que o pedido de adesão do país está congelado por causa do que o bloco descreve como tendências autoritárias do partido.
Um funcionário da UE disse à Reuters que havia “uma sensação de desapontamento” sobre o desempenho da oposição, mas Bruxelas estava preocupada com um resultado contestado levando a um impasse.
Uma organização local de monitoramento pediu que os resultados fossem anulados, com base em relatos de intimidação e compra de votos, mas não forneceu imediatamente evidências de falsificação em larga escala.
Na semana passada, a Moldávia votou por um estreito voto para aprovar sua adesão à União Europeia em uma votação que autoridades da Moldávia disseram estar marcada pela interferência russa.