Advogados são presos após desviarem valores que seriam recebidos por clientes
Segundo investigações, quantia recebida indevidamente passa de R$ 1 milhão
Dois advogados –um homem de 38 e uma mulher de 42– foram presos na última quinta-feira (24) em Minas Gerais. Eles são suspeitos de desviar quantias que os clientes receberiam em processos judiciais.
De acordo com as investigações, os advogados –que não tiveram os nomes divulgados– são suspeitos de participação em crimes de apropriação indébita e organização criminosa. A ação foi motivada após dezenas de pessoas terem procurado a Polícia Civil em Caratinga (MG) relatando que os investigados teriam se apropriado de valores de ações judiciais em causas previdenciárias que as vítimas tinham direito.
As investigações apontaram que os valores retidos indevidamente pelos suspeitos superam a quantia de R$ 1 milhão. Eles foram indiciados em diversos inquéritos policiais e, na última quinta-feira (24), o Ministério Público requereu a instauração de outros 30 inquéritos policiais.
Segundo a polícia, o centro de advocacia dos investigados funcionava como um “escritório do crime”. Foi apurado que eles captavam vítimas desde 2008 para ações previdenciárias.
“No entanto, ao invés de agir para garantir os direitos das vítimas, os suspeitos se apropriavam dos valores que as mesmas recebiam nos processos judiciais, levantando os alvarás sem repassar os valores devidos”, observou o delegado Almir Fraga Lugon.
O mandado de prisão contra o advogado foi cumprido em Ipatinga, no interior do estado. Segundo os agentes, o suspeito, ao ficar sabendo que a sua comparsa havia sido presa horas antes em Guarapari (ES), tentou fugir.
Os policiais montaram um cerco bloqueando as rodovias que dão acesso à saída. O advogado foi encontrado em um motel nas proximidades da BR-458. A advogada foi presa em Guarapari pela equipe da PCES.
A Polícia Civil em Caratinga solicita que eventuais outras vítimas dos investigados procurem a 2ª Delegacia Regional de Caratinga para que a instituição possa instaurar os devidos inquéritos policiais.