Vale tem lucro líquido 15% menor no 3º tri, mas supera expectativas
Mineradora registrou lucro de US$ 2,4 bilhões, contra previsão de 1,65 bilhão
A Vale (VALE3), maior mineradora do país, apresentou lucro de US$ 2,41 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de acordo com balanço corporativo divulgado nesta quinta-feira (24).
O resultado veio acima do esperado pelo mercado, que era de US$ 1,65 bilhão, segundo pesquisa da LSEG.
Apesar de surpreender as expectativas, o lucro líquido da mineradora teve queda de 15% ante o terceiro trimestre do ano passado, de US$ 2,83 bilhões.
A empresa disse que o lucro foi afetado, principalmente, por um menor Ebtida — lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação —, e do efeito negativo do resultado de um possível acordo definitivo pelo rompimento da barragem da Samarco, esperado para ser assinado nesta sexta-feira (25).
Parte desses efeitos, conforme a companhia, foram compensados pelo resultado com baixa de ativos não circulantes relacionada à venda de 50% da participação da VODC — uma parceria com a Apollo para operar um terminal marítimo em Sohar, no Omã.
A empresa registrou Ebtida ajustado de US$ 3,61 bilhões no terceiro trimestre, em linha com as expectativas do mercado.
O resultado, porém, também mostra queda ante o mesmo período do ano passado, de 18% (US$ 4,43 bilhões).
Segundo a mineradora, o resultado reflete, principalmente, preços realizados de finos de minério de ferro menores e custos de frete maiores, que foram parcialmente compensados pelos efeitos positivos da depreciação do real, menores custos e despesas e maiores volumes de vendas.
A receita líquida foi de US$ 9,55 bilhões, acima dos US$ 9,44 bilhões previstos pelos analistas.
Na margem anual, o resultado teve queda de 10%.
Enquanto isso, a geração de fluxo de caixa livre atingiu US$ 179 milhões, queda de 84% ante o terceiro trimestre de 2023.
Esse resultado é explicado principalmente pelo menor Ebitida Proforma (US$ 995 milhões menor ao ano).
No trimestre, a conversão de Ebitida para caixa foi impactada por um capital de giro negativo de US$ 570 milhões, explicado, em grande parte, por um aumento no contas a receber, dado os maiores preços provisórios e maiores vendas provisionadas de minério de ferro no final do trimestre.
Além disso, a posição de caixa da Vale foi impactada pela distribuição de US$ 1,6 bilhão aos acionistas em juros sobre capital próprio.
Também foi citada a continuação da gestão de passivos de dívida, com um efeito líquido negativo de US$ 632 milhões, a aquisição da participação de 45% da Aliança Energia por US$ 493 milhões, que foram parcialmente compensados pelos recursos da venda de uma participação de 50% na VODC, por US$ 600 milhões.
As vendas de minério de ferro, por outro lado, aumentaram 1,3 milhão de tonelada ao ano, impulsionada pelo aumento de 18% das vendas de pelotas devido a maior produção e a forte demanda.
A provisão relacionada à Samarco foi revisada para US$ 4,7 bilhões, aumento de US$ 1 bilhão.
O número reflete a avaliação mais atualizada sobre o potencial acordo com as autoridades brasileiras, as reivindicações relacionadas ao rompimento da barragem e a extensão em que a Samarco pode financiar desembolsos futuros.
Já a dívida líquida expandida totalizou US$ 16,5 bilhões, US$ 1,8 bilhão maior no trimestre em razão das provisões adicionais relacionadas à Samarco.
A dívida bruta e os arrendamentos atingiram US$ 14,2 bilhões, US$ 900 milhões a menos no período.
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*Com Reuters