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    Victor Irajá
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    Victor Irajá

    Com passagens por Estadão e rádio CBN, foi editor do Radar Econômico, da revista Veja. É especializado em Economia pela FGV e pelo Insper

    Análise: Bruno Engler e Fuad Noman buscam votos de indecisos em debate com tom ameno

    Candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte pouco ideologizaram e nacionalizaram discussões em debate promovido pela Itatiaia

    O penúltimo debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte foi marcado pela busca aos votos dos indecisos e centristas.

    Com tom de voz ameno, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) estiveram frente a frente na manhã desta quinta-feira (24) em debate promovido pela Rádio Itatiaia e travaram um debate pouco ideologizado e que trataram sobre as questões da cidade.

    As acusações mútuas foram feitas de forma equilibrada e ponderada, sem qualquer alteração nos ânimos ou rispidez. Engler atacava a gestão de Fuad Noman, buscando atrelar o atual prefeito à gestão do ex-prefeito Alexandre Kalil — de quem Noman foi secretário e vice-prefeito.

    Mais uma vez, o atual prefeito teve que defender a própria gestão.

    Engler levantou acusações sobre a gestão Kalil. “Se o Kalil cometeu irregularidade, que ele vá responder pelo Ministério Público”, respondeu Fuad. “Não tem nenhum escândalo na Prefeitura de Belo Horizonte”, disse o candidato do PSD. “Por que você não fiscalizou esses processos como deputado?”, provocou.

    “A Belo Horizonte que funciona está só no seu programa de TV”, acusou Engler.

    Já o atual prefeito repetiu, por diversas ocasiões, que Engler tem uma trajetória curta e “nunca administrou nada”.

    O candidato do PL bateu na tecla sobre a segurança de crianças nas escolas, dizendo que cerca de 60% das unidades estão sem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Fuad respondeu que o índice é fruto do que a atual gestão recebeu. “A cidade tem histórico de gestões ruins”, afirmou.

    Bruno Engler acusou Fuad Noman de fazer parte das gestões anteriores: “o senhor foi secretário do Kalil, foi vice do Kalil”, disse, afirmando que, pelas respostas de Fuad, o atual prefeito parecia um “candidato de oposição”.

    Bruno Engler defendeu o impulsionamento de investimentos em infraestrutura de vilas e favelas de Belo Horizonte. Fuad afirmou que colocou internet grátis nas regiões para fomentar trabalho e estudo, e que realizou obras. O candidato à reeleição provocou, dizendo que Engler só sabe “falar que vai fazer, vai fazer” sem apresentar propostas.

    Em raras oportunidades em que o debate foi nacionalizado, Fuad acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de não enviar recursos para combate às enchentes. Engler comparou o prefeito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que Fuad diz que “nunca sabe de nada”, a respeito de acusações contra integrantes da atual gestão.

    No terceiro bloco, Fuad Noman abordou as posições de Bolsonaro a respeito da vacinação contra a Covid-19 e Engler afirmou que o atual prefeito tenta esconder os próprios apoiadores, citando, entre outros nomes, o presidente Lula.

    Os candidatos também discutiram a mineração na Serra do Curral, políticas de reflorestamento, saúde e transporte públicos.

    Com acusações ponderadas e a ausência de debates de cunho moral, o tom do debate foi marcado pela tentativa de manutenção do controle por parte de ambos os candidatos.

    E o motivo é compreensível. Segundo o Índice CNN, que agrega resultados das principais pesquisas eleitorais, Fuad Noman aparece com 54% e Bruno Engler, 46%. A divisão ideológica está clara — os votos ao centro, estes, sim, estão em jogo.

    Apuração

    CNN acompanha, em tempo real, a apuração dos votos em todas as 51 cidades do Brasil que disputam o segundo turno neste domingo (27).

    Em Belo Horizonte, a contagem dos votos pode ser acompanhada clicando neste link.

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