Análise: Campanha presidencial nos EUA ganhou tom de “disputa existencial”
Fernanda Magnotta destaca polarização e temas prioritários divergentes entre eleitores democratas e republicanos na corrida presidencial americana
A corrida presidencial nos Estados Unidos está se mostrando extremamente acirrada, conforme revela uma recente pesquisa Reuters/Ipsos de intenção de voto.
A candidata democrata Kamala Harris lidera com 46% das intenções, seguida de perto pelo ex-presidente republicano Donald Trump, com 43%.
A analista de Internacional Fernanda Magnotta comentou durante o CNN 360° desta terça-feira (22) o cenário eleitoral, destacando a incerteza que paira sobre o pleito a apenas 15 dias da votação.
“Se tem uma palavra que está orientando a eleição americana é a incerteza”, afirmou, ressaltando que o resultado está em um empate técnico tanto em nível nacional quanto nos estados-pêndulo.
Polarização e temas prioritários
A analista enfatizou a profunda polarização do eleitorado americano, citando pesquisas recentes do Pew Research Center e da Gallup. Segundo ela, os temas prioritários para os eleitores de Trump e Harris são diametralmente opostos.
“Para o eleitor do Trump, o que está levando esse cara para urna é economia, imigração, crimes violentos e política externa. Do lado da Harris, os assuntos que mais mobilizam são, em primeiro lugar, sistema de saúde, em segundo lugar, indicações para a Suprema Corte, em terceiro lugar, aborto, em quarto lugar, mudança climática”, explicou.
Disputa existencial
Magnotta argumenta que a campanha ganhou um tom de “disputa existencial”, o que deve levar a um comparecimento mais expressivo às urnas.
“A tendência é que as bases estejam mais presentes, até porque a campanha ganhou um tom de disputa existencial”, disse.
A analista também destacou que, além dos fatores econômicos, a eleição americana é sobre pertencimento e identidade.
“Quem está olhando a eleição e não está entendendo por que esses números estão tão embaralhados é porque não compreendeu essa complexidade da sociedade americana”, concluiu, ressaltando as transformações profundas enfrentadas pelos Estados Unidos nas últimas décadas.