Com Plataforma de Investimento Verde, governo busca atrair fundos internacionais para iniciativas ambientais
Brasil tem se notabilizado pelo crescimento do uso de fontes renováveis de energia; Haddad lançará plataforma nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira (23), durante a 4ª Reunião de Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, em Washington, o ministro Fernando Haddad lançará a Plataforma de Investimento Verde para agilizar a captação de fundos internacionais para programas ambientais.
O Brasil tem se notabilizado pelo crescimento do uso de fontes renováveis de energia, tanto para a geração de eletricidade quanto para a movimentação da frota de veículos. Recentemente, foi sancionada a Lei do Combustível do Futuro que amplia significativamente o uso de biocombustíveis.
Essa lei inclui metas para a produção de querosene de aviação a partir de fontes renováveis, com objetivos crescentes até 2037. Também amplia a adição de etanol à gasolina (que poderá chegar a 35%) e o acréscimo de 20% (até 2030) de biodiesel ao diesel refinado de petróleo.
A lei também estabelece um marco regulatório para a captura e estocagem de carbono. A meta é evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO₂ até 2037.
São metas ambiciosas, que demandam recursos para sua concretização. Algumas dessas iniciativas já estão consagradas, como é o caso do etanol.
O Brasil domina o ciclo completo de produção, distribuição, comercialização e consumo desse combustível, e possui uma ampla frota de veículos capazes de usar apenas etanol ou qualquer porcentagem de mistura à gasolina.
A produção de biodiesel vem crescendo e poderá atender aos níveis de utilização previstos na Lei do Combustível do Futuro. No entanto, embora o país detenha tecnologia para a produção de querosene de aviação, é um segmento que demanda investimentos para ganhar escala econômica.
Outra ação prevista na Lei do Combustível do Futuro é a produção de biometano a partir de resíduos orgânicos. O objetivo é misturar o biometano ao gás natural de maneira similar ao que acontece com o etanol na gasolina.
A ideia é descarbonizar parcialmente os combustíveis fósseis. O CO₂ emitido com a queima de biocombustíveis não se acumula na atmosfera, pois ele é reabsorvido – pelo processo de fotossíntese – pelo plantio da próxima safra.
A estocagem geológica de carbono poderá ser feita com a captura desse gás – seja em plantas industriais ou diretamente na atmosfera – e seu armazenamento em campos petrolíferos desativados. Essa é uma das possibilidades e demanda muitos investimentos. A Noruega, por exemplo, tem desenvolvido essa tecnologia no Mar do Norte.
Um passo importante na transição energética já foi dado com a Lei do Combustível do Futuro. Agora, a Plataforma de Investimento Verde busca facilitar a obtenção dos recursos necessários.