Crédito para empreendedores aumentará o PIB potencial, diz Haddad
Ministro da Fazenda participou do relançamento do programa Acredita, que concede empréstimos para micro e pequenas empresas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o crédito para empreendedores anunciado nesta sexta-feira (18) pelo governo federal deve aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil, ou seja, a capacidade de crescimento econômico sem gerar inflação.
Haddad participou nesta sexta-feira (18) do relançamento do programa Acredita no Primeiro Passo em São Paulo, que concede crédito e renegocia dívidas de pequenos negócios.
“A questão do crédito vai colocar mais um tijolinho no nosso PIB potencial. Em vez de crescermos 3%, vamos botar mais um pouquinho”, afirmou Haddad.
O Secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello afirmou, em entrevista à CNN, que a reforma tributária e a recuperação do investimento no país devem permitir à economia brasileira crescer de 3% a 3,5% sem pressionar a inflação.
O ministro da Fazenda disse que a economia do Brasil tem condições de crescer de forma sustentável nos próximos anos. A estimativa do governo é de que a reforma tributária será responsável por fazer o Produto Interno Bruto crescer 0,5 ponto percentual.
“A gente não quer crescer 3% esse ano para crescer 1% no ano que vem. Temos que voltar a crescer de forma sustentável. As condições estão dadas. Temos um trabalho pela frente”, disse.
O Acredita foi lançado inicialmente em abril a partir da assinatura da medida provisória (MP). Em agosto, a MP perdeu a validade e as operações de crédito e de renegociação de dívidas foram suspensas.
O conteúdo da MP foi transformado em projeto de lei (PL), que foi aprovado em setembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o PL em 10 de outubro. Segundo o Ministério da Fazenda, há 20 milhões de CNPJs ativos no Brasil.
Durante a suspensão da MP, as operações de crédito do programa de crédito Procred 360 — efetuadas pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil — foram interrompidas.
Acredita no Primeiro Passo
O eixo do programa é direcionado para beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico) que desejam empreender ou já empreendem. Desde que a iniciativa foi lançada, em abril, já contabiliza cerca de 30 mil operações realizadas em 11 estados. O Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia já aderiram ao programa.
As mulheres representam 73% do público atendido. O Governo Federal estima realizar até 2026 1,25 milhão de transações de microcrédito, com ticket médio de R$ 6 mil.
Desenrola Pequeno Negócio
O programa renegocia dívidas bancárias de pequenos negócios. Os descontos podem chegar até 95%. A renegociação é direta entre o cliente e o banco.
Por meio da iniciativa, já foram renegociados R$ 3 bilhões em dívidas bancárias, beneficiando 65 mil empresas.
público-alvo:
-MEIs (faturamento de até R$ 81 mil por ano);
-microempresas (faturamento de até R$ 360 mil por ano);
– empresas de pequeno porte (empresas com faturamento bruto anual até R$ 4,8 milhões).
Procred360
O programa concede crédito para pequenos empreendedores. O pagamento será feito em até 60 vezes.
O limite de crédito das demais empresas é de até 30% do faturamento do ano anterior, mas as empresas lideradas por mulheres podem pegar empréstimos com valores equivalentes a 50% do faturamento do negócio no ano anterior.
O governo vai destinar R$ 1,5 bilhão para garantias aos bancos, com capacidade de conceder R$ 5 bilhões em crédito. Os recursos são remanescentes do Fundo Garantidor de Operações do programa Desenrola, que renegociou dívidas de mais de 15 milhões de pessoas físicas.
A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil já aderiram ao programa.
público-alvo:
-MEI (faturamento de até R$ 81 mil);
-microempresas (faturamento de até R$ 360 mil por ano);
-taxistas autônomos.
taxa de juros: taxa Selic + 5% ao ano.
Sebrae
O Acredita também firma uma parceria com o Sebrae. De acordo com a entidade, o Acredita Sebrae já viabilizou R$ 2 bilhões por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE) como garantia de operações. A expectativa é de que esse montante viabilize R$ 30 bilhões de crédito no mercado para os pequenos negócios. O Sebrae já conta com 30 instituições financeiras operadoras do FAMPE.
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