Exército suspeita que líder do Hamas tentava escapar para o norte quando foi morto
Yahya Sinwar foi morto em Rafah, no sul do território palestino
Yahya Sinwar, líder do Hamas morto por Israel, estaria tentando escapar para o norte quando foi morto pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza na quarta-feira (16), disse o porta-voz militar Daniel Hagari em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (17).
“Acredito que ele estava fugindo, mudou-se de um complexo subterrâneo para casas tentando escapar para o norte, para um complexo mais seguro”, pontuou Hagari, acrescentando que as tropas da FDI continuaram operando no complexo em Tal al Sultan, em Rafah, onde ele foi morto, sem saber na época que ele estava lá.
“Continuamos operando para verificar se os terroristas não estão fugindo desta região”, destacou o porta-voz.
As forças israelenses encontraram Sinwar com um colete, uma arma e 40 mil shekels, complementou a autoridade.
Hagari também disse que o DNA de Sinwar foi encontrado em túneis a algumas centenas de metros de onde seis reféns foram mortos.
Quem é Yahya Sinwar?
Figura de longa data no Hamas, Yahya Sinwar nasceu em 1962 em um campo de refugiados em Khan Younis, no sul de Gaza.
Ele foi responsável pela construção do braço militar do grupo antes de formar novos laços importantes com as potências árabes regionais como líder civil e político.
Sinwar foi eleito para o principal órgão de decisão do Hamas, o Politburo, em 2017, como líder político do Hamas em Gaza.
No entanto, desde então tornou-se o líder de fato do Politburo, de acordo com uma pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês).
Ele foi designado terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA desde 2015 e foi sancionado pelo Reino Unido e pela França.
Saiba mais sobre quem foi Yahya Sinwar através desta matéria.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.