Fiat confirma 1º híbrido-flex da Stellantis feito no Brasil
Pulse e Fastback vão receber motor Bio-Hybrid, combinando bloco 1.0 turbo e motor elétrico
Em 1979, um veículo subcompacto tornou-se o primeiro movido a etanol no Brasil. O modelo em questão foi o Fiat 147, que ganhou o apelido de cachacinha. Quarenta e cinco anos depois, a fábrica de Betim foi escolhida novamente para estrear uma inovação do grupo no país: o primeiro modelo híbrido-flex da Stellantis.
O anúncio foi feito na última quinta-feira (17) pelo presidente da empresa na América do Sul, Emanuele Cappellano em um vídeo que o clássico modelo aparece circulando no campo de provas da empresa em Betim.
Os modelos Fiat Fasback e Fiat Pulse serão os primeiros a estrear a tecnologia Bio-Hybrid (veja abaixo), que será lançada em novembro no país.
A Bio-Hybrid é um resposta ao movimento da indústria automobilística na redução de emissões e ante à investida de marcas chinesas no Brasil.
A precursora do motores híbrido-flex no mundo foi a Toyota do Brasil, com o Corolla e Corolla Cross. No entanto, a Fiat vai oferecer esse recurso a modelos mais acessíveis.
No caso da tecnologia Bio-Hybrid, o motor T200 será associado a um motor elétrico e uma bateria de 1 KWh garantido torque extra ao motor e melhorando a economia de combustível, sendo considerado um sistema híbrido leve (MEHV).
Nas redes sociais, foram divulgadas imagens do painel digital do Pulse e Fastback Hybrid (veja abaixo).
O cluster mostra um gráfico do fluxo de energia do carro, mostrando se a condução está mais ou menos eficiente.
O motor T200 rende 125 cv com gasolina e 130 cv com etanol, além de 200 Nm de torque. Com o apoio elétrico, deverá ganhar mais torque.
Para viabilizar a novidade, a Stellantis está investindo R$ 14 bilhões em Minas Gerais, no ciclo de 2025 a 2030, o maior já feito pela empresa no estado desde que chegou ao Brasil, em 1976.
O valor faz parte dos R$ 32 bilhões anunciados para a América do Sul. Em março, o conglomerado já havia confirmado um aporte de R$ 13 bilhões para sua planta em Goiana, em Pernambuco.
O ciclo de investimentos de R$ 32 bilhões servirá para o lançamento de 40 novos produtos e oito powertrains e iniciativas de descarbonização na cadeia de suprimentos automotiva.
No caso de Betim, o aporte não visa ampliar a capacidade produtiva, mas modernizar os produtos, diante da investida de carros chineses na região.
O investimento permite ainda a produção de carros elétricos no Brasil.
As quatro plataformas eletrificadas previstas pela Stellantis no país são:
Bio-Hybrid: introduz uma abordagem de entrada na eletrificação, voltada para carros mais acessíveis.
Utiliza um dispositivo elétrico multifuncional para gerar torque adicional ao motor térmico e carregar a bateria adicional de lítio-íon de 12 volts.
Bio-Hybrid e-DCT: segundo nível de eletrificação, apresenta dois motores elétricos e uma bateria de lítio-íon de 48 volts.
Foco em eficiência e economia, com gestão eletrônica que permite operação térmica, elétrica ou híbrida.
Bio-Hybrid Plug-in: terceiro nível, possui uma bateria de lítio-íon de 380 volts recarregável por diferentes fontes.
Similar ao sistema presente no Compass 4Xe, mas com produção local.
BEV (100% Elétrica): totalmente movido por um motor elétrico de alta tensão. Bateria recarregável de 400 volts, proporcionando torque instantâneo e desempenho responsivo.