Análise: Irmão de Sinwar pode ser escolhido como sucessor do Hamas
Após confirmação da morte de Yahya Sinwar, Américo Martins avalia que o grupo terrorista enfrentará dificuldades na escolha de um sucessor
A morte de Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas, foi confirmada pelo governo de Israel, marcando uma vitória significativa para as forças israelenses na guerra em Gaza.
O analista sênior de Internacional da CNN, Américo Martins, destacou durante sua participação no Bastidores CNN desta quinta-feira (17) as implicações desta perda para o grupo terrorista e o futuro do conflito. Segundo Martins, a morte de Sinwar representa “uma derrota estratégica catastrófica para o Hamas”.
O líder era conhecido por centralizar o poder e era responsável pela escolha dos líderes militares do grupo. Sua ausência agora cria um vácuo de liderança que pode resultar em confusão interna.
Sucessão e cenários possíveis
O analista apontou dois cenários possíveis para a sucessão de Sinwar. O primeiro envolve a escolha de um líder mais moderado, que poderia buscar um compromisso e potencialmente negociar a libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas, abrindo caminho para um possível acordo com Israel.
A segunda opção, considerada mais provável por Martins, é a ascensão de um líder tão radical quanto Sinwar.
Neste cenário, o analista destaca Mohammed Sinwar, irmão do falecido líder, como um potencial sucessor. Mohammed é descrito como “extremamente radical” e um importante líder militar dentro do Hamas.
Impacto na guerra e na política israelense
A eliminação de Sinwar, que era considerado o “inimigo público número um” de Israel, representa uma vitória significativa para o governo israelense e, particularmente, para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Martins observou que a popularidade de Netanyahu, que havia despencado após os ataques iniciais do Hamas, vem se recuperando nas últimas semanas, especialmente após uma série de vitórias militares israelenses.
Apesar desta vitória, Martins ressalta que é improvável que Israel suspenda as operações militares enquanto os reféns não forem libertados. A guerra, que já dura mais de um ano e resultou em mais de 40 mil mortes, continua a ser um ponto de tensão na região.
O analista concluiu caracterizando o dia como “histórico”, marcando a principal vitória militar de Israel no conflito até o momento. No entanto, as implicações a longo prazo para a dinâmica do conflito e a estabilidade regional ainda estão por ser determinadas.