Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Com ausência de Nunes em debate, Boulos faz “mea culpa” sobre 1º turno e ataca o adversário

    Em entrevista, o candidato do PSOL criticou Ricardo Nunes (MDB) e culpou Tarcísio pela não fiscalização da Enel

    Leticia MartinsVictor Aguiarcolaboração para a CNN , São Paulo

    O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) criticou a ausência do adversário Ricardo Nunes (MDB) no debate da RedeTV!, Folha de S. Paulo e UOL, nesta quinta-feira (17). Ele também fez um “mea culpa” por não ter conseguido dialogar com parte dos trabalhadores paulistanos durante o primeiro turno.

    O debate, transformado em sabatina com o candidato do PSOL, começou às 10h20 e durou 1h30 minutos.

    Nunes cancelou sua presença no embate por ter uma reunião extraordinária com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Ataques a Nunes

    No início, Boulos chamou de “covarde” a decisão do prefeito Ricardo Nunes de não comparecer ao debate.

    A RedeTV!, Folha e UOL optaram por não deixar uma cadeira vazia ao lado de Boulos e direcionaram as perguntas somente ao candidato do PSOL, que também não pôde questionar o adversário.

    “São Paulo não aceita covarde, São Paulo despreza covarde. É lamentável ele se esconder embaixo da saia do Tarcísio, o que mostra que meu adversário nessa campanha é um fantoche que representa interesses políticos de um projeto do governador que quer ter sua base aqui na capital pra usar de trampolim, pra usar o governo e tentar a presidência. Por respeito à RedeTV, UOL, Folha e sobretudo a você, eu fiz questão de manter minha presença aqui hoje”, disse o candidato do PSOL.

    Apagão

    A respeito do apagão, que atinge São Paulo desde sexta-feira (11), Boulos afirmou que a Enel Brasil, companhia que fornece energia elétrica a São Paulo, “é a mãe do apagão e Ricardo Nunes é o pai”.

    “Essa crise de apagões só vai acabar quando a gente tirar a Enel daqui e o Ricardo Nunes da prefeitura. A Enel é horrível, péssima empresa e eu vou trabalhar dia e noite como prefeito para tirar essa empresa de São Paulo”, afirmou o candidato do PSOL.

    Boulos ainda culpou o governador Tarcísio de Freitas pela não fiscalização da Enel, visto que, segundo o candidato, o monitoramento é de responsabilidade da Arsesp, (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), órgão do estado.

    “A responsabilidade de fiscalização da Enel é da Arsesp. Quem tem que fiscalizar se a Enel está fazendo o trabalho direito é a Arsesp. O culpado da não fiscalização da Enel é o Tarcísio, por não cobrar a Arsesp”, declarou.

    Poda de árvores

    Boulos apresentou ainda um termo aditivo da Secretaria Municipal das Subprefeituras – SMSUB entre a Prefeitura e a Enel, assinado em junho.

    O documento mostra um acordo que diz que a remoção de árvores podres é de responsabilidade da prefeitura e não da Enel.

    “Por este termo, a Prefeitura assume responsabilidade integral à retirada de árvores, que antes era uma responsabilidade compartilhada com a Enel. A responsabilidade de poda continua compartilhada, mas a de remoção de árvores podres, que foram os principais casos de derrubada da rede elétrica, desde junho, é exclusiva da Prefeitura”, disse.

    Relação com o PT

    Questionado sobre ter sido “traído ou abandonado” por uma ala do PT (Partido dos Trabalhadores), Boulos respondeu que está “preocupado em derrotar o candidato do Bolsonaro e do apagão em São Paulo, não em fofoca. Esse tipo de fofoca pra mim não faz diferença alguma no processo eleitoral. Eu tenho contado com o PT de maneira muito presente na minha campanha.”

    A respeito de um oferecimento de cargos nos governos do PT, o candidato à Prefeitura de São Paulo e também Deputado Federal, afirmou que “não está atrás de cargo”.

    “Eu não estou na política atrás de cargo. Os espaços que eu conquistei na política foram com meu esforço e a confiança do povo. […] Eu não me elegi deputado federal para buscar cargos no governo. Eu me elegi deputado federal para exercer meu mandato, o que estou fazendo”, disse Boulos.

    “Na gestão Haddad e nos governos Lula e Dilma eu atuava no movimento social, sequer era da vida partidária, da vida institucional, isso [oferecimento de cargos] sequer estava colocado”, acrescentou.

    “Mea culpa”

    O candidato do PSOL fez um “mea culpa” por não ter conseguido dialogar com um setor dos trabalhadores paulistanos durante o primeiro pleito.

    “Eu acho que essa eleição deixou claro a dimensão desse fenômeno na cidade de São Paulo com a votação do Pablo Marçal. Isso acendeu um alerta não foi só pra mim, pra esquerda, acho que pra todos. […] Eu e a minha equipe tivemos a compreensão e a humildade, eu diria, de fazer um mea culpa, uma autocrítica, de que nós não dialogamos com um setor importante dos trabalhadores”, disse Boulos.

    “Muitas vezes o meu campo político, o campo de esquerda, o campo progressista […] acaba focando numa parcela dos trabalhadores mais pobres e deixamos de falar com uma parcela dos trabalhadores que foi buscar a sua prosperidade de outra forma. E muitas vezes, na ausência de diálogo com esse segmento, a extrema-direita ocupou esse espaço. Esse reconhecimento está acontecendo agora porque a dimensão desse fenômeno aqui na cidade de São Paulo ficou clara agora, após a votação no primeiro turno”, afirmou.

    Pesquisa eleitoral

    Guilherme Boulos comentou ainda sobre as pesquisas eleitorais, que mostram o candidato atrás de Ricardo Nunes na disputa do segundo turno.

    O candidato respondeu que não é “comentarista de pesquisa” e que “o Datafolha foi a pesquisa mais fora da curva de todas. Todas as pesquisas estão apontando uma pesquisa de 12 pontos, 11, 13 pontos, o Datafolha apontou uma margem muito maior.”

    Boulos afirmou ainda estar “enfrentando uma máquina muito poderosa” no segundo turno, referindo-se à direita.

    “Eu tô enfrentando uma máquina muito poderosa. Uma máquina que representa a extrema-direita que sonham com um Bolsonarismo moderado. Esse projeto vê na Prefeitura de São Paulo um trampolim para Tarcísio deixar o governo de São Paulo e ser candidato à Presidência da República”, declarou.

    Mobilidade urbana

    Boulos afirmou que para melhorar a mobilidade urbana de São Paulo, vai articular com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador do estado, Tarcísio de Freitas.

    Além disso, o candidato do PSOL declarou que é contra o pedágio urbano para os mais ricos.

    “Não acho que esse é o caminho, o que eu acho que vai resolver o tema da mobilidade na cidade de São Paulo de uma maneira democrática é fazer os corredores de ônibus que estão previstos no Plano Municipal de Mobilidade e ele [Nunes] não fez”, declarou.

    Considerações finais

    Ao se despedir do público, Boulos voltou a criticar Ricardo Nunes por ter faltado ao debate da RedeTV!, Folha de S.Paulo e UOL.

    “Essa entrevista que vocês viram era pra ter sido um debate. Meu adversário hoje caiu a máscara, ele fugiu, mostrou o covarde que é, alguém que já tinha fugido das suas responsabilidades em três anos na prefeitura, alguém que fugiu das suas responsabilidades no apagão, incapaz de reconhecer um erro. […] São Paulo não aceita covarde, São Paulo não tolera covarde”, disse Boulos.

    O candidato do PSOL também mencionou o dia dos professores, comemorado na data de 15 de outubro, e prometeu renovar o contrato de todos os professores se for eleito prefeito de São Paulo.

    “Quero terminar dando um recado aos meus colegas professores. Nós tivemos a demissão de 1.200 professores contratados da prefeitura e vários outros estão com medo porque o contrato acaba em dezembro. Eu vou renovar o contrato de todos os professores contratados, podem anotar aí e me cobrem depois, finalizou Guilherme Boulos.

     

    Eleições 2024: profissionais da saúde lideram entre eleitos

    Tópicos