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    Thais Herédia
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    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    O poder de convencimento de Haddad

    Ministro da Fazenda trabalha para convencer o mercado e os agentes econômicos de que ele terá aval de Lula para mexer no corte de gastos

    O ministro Fernando Haddad chegou a um ponto crítico de sua gestão na Fazenda.

    Ele precisa convencer Lula de que fazer o corte de despesas agora é a melhor saída para evitar uma desorganização da economia. O presidente entende a língua da política e Haddad tenta persuadir o chefe garantindo que o sacrifício de agora pode ser a conquista de 2026.

    Na outra metade do dia, o ministro da Fazenda trabalha para convencer o mercado e os agentes econômicos de que ele terá aval de Lula para mexer no vespeiro do corte de gastos num governo petista.

    Há poucos sinais de que um benefício da dúvida já foi concedido ao ministro até agora, o que coloca em xeque o seu poder de convencimento em tempo hábil para virar a rota do governo.

    De poucas semanas para cá, Fernando Haddad vem mudando seu discurso, diminuindo a bronca com quem critica sua política fiscal e admitindo problemas que economistas e a imprensa apontam desde o início do governo.

    O chefe da Fazenda foi vencido pelos fatos, ou pelo cansaço, sendo forçado a encarar com a realismo a fragilidade do arcabouço fiscal que ele criou. Nunca é tarde para corrigir a rota, mas o custo já se impôs.

    A taxa de câmbio e os juros futuros estão muito descolados dos chamados fundamentos da economia brasileira, mesmo considerando a situação fiscal.

    O preço está carregado de risco e mau humor, em doses simétricas, com o governo. E a taxa básica de juros começou a subir para, em parte, corrigir o descrédito da Fazenda e evitar contaminação na inflação.

    Até pouco tempo atrás, Haddad insistia na mesma toada de que tudo vai bem, que a meta fiscal do ano será cumprida. Agora admite que precisa mexer em cláusulas pétreas do petismo como gastos com saúde, educação e benefícios sociais.

    Num encontro com os maiores banqueiros do país, Lula demonstrou firme apoio ao ministro, mas o sinal verde para a largada da tesoura nas despesas ainda não veio. Sem persuadir o chefe, Haddad não vai convencer o mercado, mesmo que ganhe uma medalha pelo esforço.

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