Justiça arquiva ação de filha de médico contra Marçal por laudo falso sobre Boulos
Carla Maria de Oliveira e Souza entrou com a ação na Justiça Comum, que não era o foro correto para pedido de inelegibilidade
A Justiça de São Paulo arquivou, nesta quarta-feira (16), a ação de Carla Maria de Oliveira e Souza, filha do médico José Roberto de Souza, que pedia a inelegibilidade do candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB).
O pedido, que foi protocolado em 5 de outubro, um dia antes do primeiro turno, aconteceu após Marçal publicar em suas redes sociais um laudo médico falso, que associava o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína, com uma suposta assinatura do pai de Carla, que está morto.
De acordo com uma perícia da Polícia Civil de São Paulo, o documento é falso. A Polícia Federal chegou à mesma conclusão.
Por que a juíza arquivou a ação?
Carla entrou com uma ação popular na Justiça Comum de São Paulo.
Segundo a juíza Luiza Barros Rozas Verotti, não foi o meio correto para pedir a inelegibilidade de um candidato. Para isso, deveria ser realizada uma ação na Justiça Eleitoral.
Ainda segundo a magistrada, Marçal não alcançou votos suficientes no primeiro turno para avançar ao segundo turno, e, que a partir disso, o pedido também seria “prejudicado”.
“Desse modo, a extinção do processo sem resolução de mérito por ausência de interesse processual (na modalidade adequação) é medida de rigor”, afirma Verotti.
Procurado pela CNN, o advogado Felipe Torello, representante de Carla, informou que havia entrado com um processo na Justiça Eleitoral, que também foi arquivado.
Torello afirmou que irá recorrer na Corte Eleitoral.
“Recebi e publiquei”
Na época, Marçal disse que não tem “nenhuma ligação” com o laudo falso. “Eu recebi e publiquei”, disse o então candidato.
A reportagem também procurou Marçal e aguarda uma resposta.
*Sob supervisão de Nathan Lopes