Rede de farmácias suspeita de enganar idosos é alvo de operação em BH
Segundo as investigações, funcionários enganavam clientes criando cartões de crédito e vendendo suplementos sem o interesse da pessoa
Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta segunda-feira (14), em diversas unidades de uma rede de farmácias, na região central de Belo Horizonte e também nas residências dos proprietários do empreendimento.
A operação Decipiat Senes, coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investigou a venda casada de suplementos vitamínicos e cartões de crédito criados por funcionários da rede de farmácias. Durante as ações, diversos materiais, incluindo celulares e computadores foram apreendidos e devem auxiliar no avanço das investigações.
“O objetivo é individualizar condutas de quem estaria ludibriando os consumidores, principalmente idosos, pessoas mais vulneráveis, criando cartão de crédito, dentro da drogaria, sem autorização, e vendendo suplemento alimentar sem o interesse do cliente”, contou a delegada que coordena o inquérito policial, Elyenni Celida da Silva.
Segundo Adriano Moreira, chefe do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof), PCMG iniciou as investigações após o recebimento de dezenas de ocorrências descrevendo a prática irregular. “A Polícia Civil reputou gravíssimas essas denúncias, porque além do comprometimento financeiro das vítimas, também oferecia risco à saúde das mesmas”, acrescentou Moreira.
A delegada Elyenni, relatou que em um dos casos, a vítima teria ido até a farmácia para comprar um medicamento usual e foi abordada por funcionários da drogaria que ofereceram aferição de pressão e do índice glicêmico. Após os exames, o idoso foi informado que estaria doente e prestes a sofrer um ataque cardíaco.
“Os funcionários disseram que o suplemento alimentar, de marca da própria drogaria, seria a solução de todos os problemas para a saúde dele. Não só um frasco, mas diversos, um combo, que fica previamente preparado para entregar aos consumidores”, detalhou a delegada.
Por não ter histórico de doenças graves, a vítima ficou assustada com o diagnóstico, sendo induzida a adquirir o produto, bem como a fazer um cartão de crédito. “Ele não entendeu que estava aceitando o cartão de crédito para pagar aqueles suplementos”, acrescentou Elyenni.