Fóssil de nova espécie de réptil encontrado no Brasil ajuda a entender ascensão dos dinossauros
Animal provavelmente vagava pelas terras na região sul do país em uma época em que o mundo era muito mais quente
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Paleontólogo da UFSM descreveu nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. • REUTERS
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Paleontólogo da UFSM descreveu nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. • REUTERS
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Paleontólogo da UFSM descreveu nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. • REUTERS
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Paleontólogo da UFSM descreveu nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. • REUTERS
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Paleontólogo da UFSM descreveu nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. • REUTERS
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Paleontólogo da UFSM descreveu nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos. • REUTERS
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Paleontólogo da UFSM, Rodrigo Temp Muller, segura um fóssil chamado "Gondwanax paraisensis", ao lado de um fóssil contemporâneo de "Prestosuchus chiniquensis", uma espécie que viveu há 237 milhões de anos, no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia em São João do Polesine, no Rio Grande do Sul. • REUTERS/Diego Vara
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Paleontólogo da UFSM, Rodrigo Temp Muller, segura um fóssil chamado "Gondwanax paraisensis", ao lado de um fóssil contemporâneo de "Prestosuchus chiniquensis", uma espécie que viveu há 237 milhões de anos, no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia em São João do Polesine, no Rio Grande do Sul. • Janaína Brand Dillmann
Cientistas no Brasil anunciaram a descoberta de um dos mais antigos fósseis do mundo, que em tese pertence a um réptil que viveu há cerca de 237 milhões de anos e pode explicar a ascensão dos dinossauros.
Chamado de “Gondwanax paraisensis”, o réptil quadrúpede era praticamente do tamanho de um pequeno cachorro com uma longa cauda, com comprimento de cerca de um metro e pesando entre 3 e 6 quilos, de acordo com o comunicado que anunciou a descoberta, divulgado nesta segunda-feira (14).
O pequeno réptil provavelmente vagava pelas terras que hoje são o sul do Brasil, em uma época em que o mundo era muito mais quente.
O fóssil foi identificado como um novo silesaurídeo, um grupo extinto de répteis. Paleontólogos debatem se eles eram dinossauros de verdade ou precursores das criaturas que já dominaram o planeta.
“Entender as características desses precursores joga uma luz sobre o que foi crucial para o sucesso evolutivo dos dinossauros”, afirmou o comunicado.
Desenterrado de uma camada rochosa do período triássico — entre 252 e 201 milhões de anos atrás —, o fóssil de “Gondwanax paraisensis” é do tempo em que os dinossauros surgiram, assim como os mamíferos, os crocodilos, as tartarugas e os sapos.
Em 2014, o médico nefrologista Pedro Lucas Porcela Aurélio encontrou o fóssil na cidade de Paraíso do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Ele o doou para uma universidade local em 2021, o que iniciou três anos de estudos.
“Você tocar assim, as primeiras mãos humanas tocando em 237 milhões de anos atrás. Isso é extraordinário. Se não tem como definirmos, é uma emoção indefinível”, afirmou ele, que diz ser interessado por paleontologia desde pequeno.
A descoberta foi detalhada em um artigo do paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), publicado no mês passado na publicação científica Gondwana Research.
“Então, por ser tão antigo, ele nos dá pistas de como surgiram os dinossauros. Então, a maior importância, a parte mais interessante desse achado é a idade dele”, afirmou em uma entrevista.
Ele acrescentou que os restos mortais estavam cobertos por uma espessa camada de rocha quando doados por Aurélio e, inicialmente, apenas partes das vértebras eram visíveis.
Gondwanax significa “lorde de Gondwana”, que se refere às terras da região sul do supercontinente da Pangeia, que existia antes da separação dos continentes. Já paraisensis é uma homenagem à cidade de Paraíso do Sul.