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    90% das crianças em Gaza sofreram de “pobreza alimentar”, diz grupo de ajuda

    Programa Mundial de Alimentos afirmou que nenhum alimento entrou no norte de Gaza desde o início de outubro

    Ruba Alhenawida CNN

    Nos últimos 12 meses, 90% das crianças na Faixa de Gaza sofreram de “pobreza alimentar”, de acordo com a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS).

    “O sofrimento humano nunca deve ser normalizado. Devemos trabalhar para acabar com essa crise em andamento”, postou o grupo no X neste sábado (12).

    O Programa Mundial de Alimentos (PMA) disse na sexta-feira (11) que nenhum alimento entrou no norte de Gaza desde o início de outubro, fazendo com que 1 milhão de pessoas fiquem em risco de passar fome.

    Na quarta-feira (9), o PMA afirmou em um relatório que a ajuda que entra em Gaza caiu para o nível mais baixo em meses, forçando a organização a interromper a distribuição de pacotes de alimentos em outubro.

    A CNN entrou em contato com autoridades israelenses e militares para comentar sobre a falta de alimentos no território palestino desde o início do mês, mas não obteve resposta.

    Operação no norte de Gaza

    Os militares israelenses estão realizando uma operação no norte da Faixa de Gaza, que ocorre algumas semanas após relatos de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria avaliando um plano para sitiar a área para matar combatentes do Hamas de fome e forçar o grupo a libertar reféns.

    Quatro fontes disseram à CNN que o gabinete israelense não adotou a proposta de cerco apresentada pelo general aposentado Giora Eiland.

    Ainda assim, a operação em andamento tem semelhança com o plano apresentado por Eiland em um vídeo público, e em particular para o gabinete israelense e o Knesset, o Parlamento de Israel.

    Entenda o conflito na Faixa de Gaza

    Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.

    O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

    O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.

    Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

    A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.

    Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.

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