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    Nobel da Paz: Saiba o que é a Nihon Hidankyo, organização vencedora de 2024

    Movimento japonês atua na defesa do defender o desarmamento nuclear

    Da CNN

    A organização japonesa Nihon Hidankyo, um movimento popular de sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki, também conhecidos como Hibakusha, ganhou o Nobel da Paz nesta sexta-feira (11).

    Na cerimônia que confirmou a organização como vencedora, comitê responsável destacou que o mundo vive um momento de ampliação do número de ogivas nucleares prontas para uso e que isso é um risco à humanidade.

    Saiba mais sobre a ganhadora do Nobel da Paz abaixo.

    Como a Nihon Hidankyo foi criada?

    Em 1945, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas no Japão para pôr fim à Segunda Guerra Mundial.

    As duas bombas mataram cerca de 120 mil pessoas em Hiroshima e Nagasaki, enquanto milhares morreram de queimaduras e ferimentos por radiação nos anos seguintes.

    Os destinos daqueles que sobreviveram aos bombardeios foram por muito tempo ocultados e negligenciados, especialmente nos primeiros anos após o fim da guerra.

    Associações locais de Hibakusha, juntamente com vítimas de testes de armas nucleares no Pacífico, formaram a Confederação Japonesa de Organizações de Sofredores de Bombas A e H, em 1956.

    A organização, cujo nome foi abreviado em japonês para Nihon Hidankyo, se tornaria a maior e mais influente organização Hibakusha no Japão.

    Trabalho da Nihon Hidankyo

    Ao longo dos anos, a Nihon Hidankyo forneceu milhares de relatos de testemunhas relatando suas experiências devido ao ataque nuclear.

    A organização emitiu resoluções e apelos públicos, e enviou delegações anuais a órgãos como a ONU e conferências de paz para defender o desarmamento nuclear.

    O movimento ajudou a impulsionar a oposição global às armas nucleares por meio da força dos depoimentos dos sobreviventes, ao mesmo tempo em que criou campanhas educacionais e emitiu alertas severos sobre a disseminação e o uso de armas nucleares.

    “Essas testemunhas históricas ajudam a criar e consolidar ampla oposição às armas nucleares em todo o mundo ao divulgar suas histórias, criando campanhas educacionais baseadas em suas próprias experiências e emitindo alertas urgentes contra a disseminação e o uso de armas nucleares”, disse o porta-voz do Comitê Norueguês do Nobel.

    A cada ano que passa, o número de sobreviventes das duas explosões nucleares no Japão, que ocorreram há quase 80 anos, diminui.

    Mas o movimento popular desempenhou um papel importante na criação de uma cultura de lembrança, permitindo que novas gerações de japoneses continuem esse trabalho.

    *com informações da Reuters

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