Governo tem condições para barrar qualquer tipo de pagamento para bets, diz Haddad
Ministro apontou que mais de 2 mil endereços de sites irregulares devem ser desligados a partir de sexta-feira (11)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou nesta quinta-feira (10) que a equipe econômica tem as condições técnicas necessárias para proibir o uso de qualquer meio de pagamento para bets.
A regulamentação das apostas online de quota fixa era uma demanda que já vinha da gestão passada. Uma das preocupações do governo é em relação à dependência e o comprometimento da renda das famílias.
De acordo com o Banco Central (BC), em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram cera de R$ 3 bilhões com apostas. Desde então, tem ganhado força uma discussão sobre a proibição dos usuários do benefício acessarem as bets.
Questionado na portaria do Ministério da Fazenda sobre a possibilidade, Haddad destacou que a decisão é mérito da pasta do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, chefiada por Wellington Dias.
Desligamento de bets
Nesta quinta se encerra o prazo para os apostadores sacarem valores que ainda estivessem depositados nas plataformas que serão desligadas.
A partir desta sexta-feira (11), as bets que não estão regularizadas perante os critérios do Ministério da Fazenda não poderão mais ser acessadas. De acordo com o chefe da pasta, Fernando Haddad, mais de 2 mil endereços devem sair do ar. A lista das marcas liberadas para operar no país conta com pouco mais de 200 nomes.
O ministro reforçou que os saques sejam realizados, já que o governo não tem como acionar uma empresa que está fora do Brasil para restituir o dinheiro. Haddad ainda pontuou que não há possibilidade de postergar o prazo.
“Não conseguimos tirar o site do ar para a aposta e manter o dinheiro no ar para a restituição. Não tem condições técnicas de fazer isso”.
Propagandas proibidas
Questionado por jornalistas se essas marcas poderiam mudar de endereço para driblar o bloqueio, Haddad indicou que uma vez declaradas irregulares, propagandas ligadas a essas bets não poderão mais ser veiculadas, de modo que não poderiam comunicar a mudança.
“As empresas, as big techs e as emissoras e concessionárias de serviço público, jornais e revistas, não farão a publicidade dessas bets”, pontuou o chefe da equipe econômica.
“O fato de que nós temos um agregado de esforços em todos os meios de comunicação, inclusive a rede social, para bloquear a publicidade, vai ficar difícil burlar”, concluiu.