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    Zoológico de Tampa se prepara para a passagem do furacão Milton

    Com mais de mil espécies, a maioria dos animais não serão transportados para outros zoológicos ou santuários

    Da Reuters

    Enquanto milhões de pessoas retiram-se da Costa do Golfo da Flórida, elefantes africanos, flamingos caribenhos, hipopótamos-pigmeus e cerca de mil outros animais vão enfrentar o monstruoso furacão Milton no zoológico de Tampa.

    Para muitos dos animais, a tempestade significará que eles terão de abrir mão do conforto de suas acomodações diárias, mas não precisarão deixar a propriedade de 28 hectares do ZooTampa, embora ela esteja em uma zona de retirada obrigatória, disse Tiffany Burns, diretora sênior dos programas para animais.

    Algumas criaturas terão que compartilhar celeiros fechados ou esperar o mau tempo em caixotes espalhados por uma dúzia de edifícios protegidos contra furacões no zoológico.

    Alguns permanecerão em seus habitats. Os jacarés, em sua maioria, apenas dormirão no fundo de seus lagos.

    “Nada os incomoda”, disse Burns, mesmo com o furacão Milton sendo descrito pelos meteorologistas como uma tempestade catastrófica e potencialmente mortal.

    Ela disse que não há necessidade de colocar os animais em trailers e transportá-los para outros zoológicos ou santuários.

    “Estamos na Flórida”, disse Burns. “Conhecemos os furacões. É apenas uma questão de observar o grau com o qual estamos lidando e responder a isso.”

    O zoológico não sofreu danos quando o furacão Helene passou pela costa do Golfo da Flórida há cerca de duas semanas, disse ela. Mas segundo Burns, pelo que sabe, o zoológico nunca foi atingido diretamente desde que foi fundado na década de 1930.

    Meteorologistas dizem que o Milton poderia cruzar diretamente a Baía de Tampa, a apenas alguns quilômetros do zoológico em Lowry Park, ao norte do centro de Tampa.

    Tratadores do zoológico terminaram de encurralar todos os animais na terça-feira, disse ela. Os flamingos caribenhos precisaram de cuidados extras, sendo reunidos em uma calha de lona para guiá-los até um trailer e depois transportados em grupos para um celeiro.

    Elefantes e girafas receberam feno e água extras para o caso de seus celeiros ficarem bloqueados pelos escombros.

    Os doze tratadores do zoológico que estão enfrentando a tempestade com seus animais incluem um veterinário e funcionários da manutenção.

    O zoológico é abastecido com geradores e combustível, além de alimentos e suprimentos extras para todas as criaturas, caso fique isolado.

    Cada espécie reage de forma diferente a grandes tempestades, disse Burns. Seu bando de araras pode ficar agitado e precisar de galhos extras para mastigar e triturar, explicou. Elas também são colocadas em uma sala segura, onde ficam livres para voar.

    Alguns dos orangotangos se escondem debaixo de cobertores, enquanto outros brincam como de costume, disse ela. Os animais bebês se sentirão seguros ao lado de suas mães. As corujas e os tatus adoram as caixas durante as tempestades, o que lhes dá a sensação de segurança de se esconder em uma caverna.

    “Nossos animais são absolutamente resistentes”, disse Burns. “Ao longo dos anos, eles continuam a nos surpreender. E nossas equipes são ótimas em identificar os animais que precisam de cuidados adicionais.”

    “Nós realmente tentamos minimizar o estresse deles”, ela acrescentou.

    Intensificação rápida quase sem precedentes

    O furacão Milton se intensificou rapidamente em um nível quase sem precedentes, chegando à categoria 5 devido ao recorde de calor nas águas do Golfo do México.

    Atualmente, ele está na categoria 3 e teve rota atualizada, podendo chegar à Flórida às 20h desta quarta-feira (9), no horário local.

    O furacão Milton chegou a ser considerada a tempestade mais forte do planeta em 2024, com ventos sustentados de 281 km/h.

    Recentemente, o furacão Helene atingiu a costa do Golfo da Flórida como uma tempestade e chegou à região de pântanos como furacão de categoria 4.

    As autoridades estão pedindo aos moradores — ainda em recuperação pelos danos do Helene — que se retirem ou se preparem para outra tempestade com risco de morte.

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