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    Pará tem redução de 37% nos alertas de desmatamento

    Estado segue diminuindo índices de desmatamento em momento crucial de combate a queimadas e intensificação dos efeitos das mudanças climáticas

    Beto Souzada CNN

    O estado do Pará conseguiu reduzir significativamente os alertas de desmatamento em 2024, comparado ao ano anterior.  A redução mais expressiva ocorreu em setembro.

    O Pará, estado da Amazônia Legal, foi o principal foco das ações de combate ao desmatamento.

    De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará registrou uma redução de 37% nos alertas de desmatamento em setembro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa é a maior queda já registrada na série histórica, desde 2019.

    A redução foi alcançada através de um conjunto de políticas públicas, fiscalização intensificada e incentivos à produção sustentável. O governo do estado tem investido em ações de combate ao desmatamento e promovido práticas sustentáveis, além de ter declarado estado de emergência ambiental.

    A área desmatada em setembro de 2024 foi de 198 km², um número significativamente menor do que os 315 km² registrados em 2023. Essa redução representa um avanço importante na luta contra o desmatamento na Amazônia. Na comparação entre agosto e setembro de 2023 e 2024, primeiros meses do chamado Ano Prodes, que é a contabilização anual de desmatamento realizada pelo Inpe, o Pará teve redução de 25%. Em 2023, a área recoberta por alertas era de 519 km² e este ano é de 390 km².

    Em relação ao ano que apresentou a maior área recoberta por alertas de desmatamento na série histórica, 2020, quando foram registrados 1.325 km², a redução em 2024 é de 71%, o que equivale a 935 km².

    Políticas públicas e fiscalização intensificada impulsionam resultados positivos

    O governador do Pará, Helder Barbalho, atribui essa queda histórica a um conjunto de fatores, como a intensificação da fiscalização, a criação de políticas públicas que incentivam a produção sustentável e a declaração de estado de emergência ambiental.

    “Estamos comprovadamente em uma trajetória de queda do desmatamento no Pará”, afirma o governador. “O Pará ter redução neste momento é a prova de que a fiscalização e o combate aos crimes ambientais seguem firmes e vêm dando resultados.”

    O Pará não apenas reduziu o desmatamento em seu território, mas também contribuiu significativamente para a redução da área desmatada na Amazônia Legal como um todo. A região registrou uma queda de 11% nos alertas de desmatamento em setembro de 2024.

    Nos 15 municípios prioritários para o combate ao desmatamento no estado, listados no Decreto Nº 2.887, de Emergência Ambiental, a redução em setembro foi de 31% e o equivalente a 52 km², diante dos 117 km² de área recoberta por alertas registrados em setembro e contra 168 km² do ano anterior. Os municípios que constam no decreto são Altamira, Anapu, São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia,

    Pará investe em práticas sustentáveis e se torna referência mundial

    O estado do Pará tem se destacado por suas iniciativas para promover a conservação da floresta e o desenvolvimento sustentável. O governo tem investido em projetos como o Pagamento por Serviços Ambientais e o programa Pecuária Sustentável, que incentivam a produção sustentável e a recuperação de áreas degradadas.

    Além disso, o Pará foi o primeiro estado brasileiro a vender créditos de carbono, demonstrando que a preservação da floresta pode ser uma fonte de renda e contribuir para o desenvolvimento econômico da região.

    Sede da COP 30, no ano que vem, o Pará desenvolve um conjunto de políticas públicas estratégicas para estimular a transformação do uso da terra, oferecendo alternativas ao desmatamento como fonte de renda. Com o projeto de Pagamento por Serviços Ambientais ‘Valoriza Territórios Sustentáveis’, produtores rurais são beneficiados com R$2,6 mil por hectare por serviços de regeneração, recuperação e conservação dos recursos naturais. Além disso, com o programa Pecuária Sustentável, o estado, que já identifica o gado, garante o retorno de produtores ao comércio da carne a partir do compromisso com a recuperação de áreas anteriormente degradadas.

    Além disso, em setembro, o Pará se tornou o primeiro do Brasil e o primeiro estado subnacional do mundo a vender quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono e garantir financiamento da Coalizão LEAF para apoiar seus esforços de redução do desmatamento. Tal feito celebra um novo tempo em que a preservação da floresta se prova rentável e ajuda a financiar políticas públicas para manutenção dos modos de vida de comunidades tradicionais e o desenvolvimento sustentável.

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