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    Thais Herédia
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    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    Análise: Galípolo tem simpatia da política e desconfiança do mercado

    Sabatina para aprovação da indicação à presidência do BC acontece nesta terça-feira

    O indicado pelo governo para ser o novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, deve ter uma sabatina relativamente tranquila nesta terça-feira (8) no Senado.

    Com tino político desde que se aproximou do presidente Lula em 2022, Galípolo já era bem recebido pelos corredores do Congresso Nacional antes de ir para a diretoria de Política Monetária do BC, em agosto de 2023, e nunca deixou de manter uma boa convivência com parlamentares depois disso.

    Se na política ele tem a simpatia dos congressistas, no mercado financeiro até se ensaia um benefício da dúvida sobre o que será sua gestão a partir de janeiro do ano que vem.

    Mas a proximidade de Galípolo com Lula, com quem esteve num encontro fora da agenda nesta segunda-feira (7), preocupa gestores e economistas do setor financeiro.

    Mesmo depois de ter defendido e apoiado o início de um novo ciclo de corte de juros, o economista ainda não convenceu sobre sua força e determinação para resistir às pressões políticas do governo petista.

    As cobranças beiram a agressividade desde o início do governo, tanto de Lula quanto das lideranças do PT, contra Roberto Campos Neto e a independência do Banco Central.

    O que era uma desconfiança sobre se Lula já teria apertado o Comitê de Política Monetária (Copom) para baixar os juros nos seus primeiros mandatos, virou realidade pelos relatos do ex-presidente do BC nos oito primeiros anos do petista.

    Henrique Meirelles acaba de lançar um livro autobiográfico (“Calma sob Pressão”), em que conta que houve um pedido explícito de Lula para que o comitê baixasse a Selic para não comprometer os planos do governo.

    Foi uma única vez, como disse Meirelles à CNN, e ela não foi atendida. Mas a cobrança direta aconteceu.

    Desde que Gabriel Galípolo foi confirmado como próximo presidente do BC, os ataques de Lula e do PT cessaram.

    Se foi por conformismo ou por necessidade política, só o tempo vai dizer, até porque é evidente o desconforto com a decisão do Copom de voltar a subir a taxa de juros.

    Com a aprovação garantida no Senado e essa pacificação momentânea, Galípolo pode fazer uma transição suave com Campos Neto até sua posse em 1º de janeiro de 2025.

    A prova do pudim virá quando (e se) a atividade econômica desacelerar, os juros chegarem a 12% como projeta hoje o mercado e as críticas ao arcabouço fiscal se intensificarem com a piora das contas.

    Só assim será possível testar a resistência de Galípolo diante da convicção de Lula de que, em seu governo, o comando é seu e apenas seu.

    Pix: BC obriga bancos a criarem alerta de golpe a partir de 2025

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