Lula precisará indicar substituto de Galípolo e mais dois diretores para BC
Segundo interlocutores próximos ao presidente, ainda não há data para que ele faça as escolhas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa indicar três nomes para diretorias do Banco Central (BC) ainda este ano. Isso porque, caso a nomeação de Gabriel Galípolo seja aprovada à presidência da autarquia, o cargo na diretoria de Política Monetária, comandada por ele, ficará vago.
Há ainda as pastas de Regulação e de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, cujos diretores terminam o mandato em 31 de dezembro de 2024.
As diretorias são ocupadas por Otávio Damaso e por Carolina de Assis Barros, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com os novos nomes, sete das oito diretorias — mais o presidente da autarquia —, serão indicados por Lula ainda em 2024.
Para o próximo ano, o petista deve apontar mais dois nomes para as diretorias de Organização do Sistema Financeiro e Resolução e de Política Econômica, comandadas atualmente por Renato Gomes e Diogo Guillen. Ambos os mandatos terminam em 31 de dezembro de 2025.
Segundo interlocutores próximos ao presidente, ainda não há data para que ele faça as escolhas. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa apresentar os nomes a Lula, o que ainda não aconteceu.
Em agosto, Haddad afirmou que estava dependendo de uma agenda com o chefe do Executivo para apresentar os novos indicados.
Mesmo assim, fontes ligadas ao ministro e a Lula afirmam que a prioridade é que o nome de Galípolo seja aprovado no Senado. A sabatina está marcada para acontecer nesta terça-feira (8).
De acordo com interlocutores de Haddad, a aprovação de Galípolo é dada como “certa”. Isso porque, na avaliação deles, o diretor do BC teve uma boa interlocução com os senadores de diversos partidos ao longo de setembro.
Para ser aprovado na CAE, são necessários os votos da maioria dos integrantes da comissão. Depois, a indicação deve ser analisada pelo plenário da Casa, votação que está prevista para ocorrer na sequência da sabatina na comissão.
Para aprovação também é preciso maioria simples, com 41 votos favoráveis dos 81 senadores.
A pauta do Senado está trancada — quando os parlamentares da Casa não podem fazer votações — desde o último dia 23. No entanto, isso não impede a análise da indicação em plenário por se tratar de uma competência exclusiva do Senado. O entendimento é fruto de uma decisão de maio de 2010 da Presidência.