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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Seja quem for o vencedor, política de SP já mudou profundamente

    Segundo turno será travado entre MDB e PSOL, renovando a dinâmica de forças na maior cidade do País

    Não deu PT, nem PSDB. Nem houve uma espécie de terceiro turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

    A eleição na maior cidade do País vai prosseguir a partir desta segunda-feira pautada por um cenário que custaria a convencer alguns anos atrás: um emedebista há pouco tempo desconhecido da população paulistana e um deputado do PSOL vão disputar o segundo turno na capital paulista.

    Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) representam uma renovação profunda na política paulistana. O prefeito, que chegou ao cargo na esteira do tucanato, traz o MDB ao posto de protagonista. Ele vem com a premissa da continuidade da gestão e de uma aliança ampla ao centro e centro-direita.

    Do outro lado, o psolista tentará emplacar a ideia de renovação, mas não sem se desprender da herança deixada por pelo PT de sua vice Marta Suplicy. O partido do presidente Lula, no entanto, vê inverter a lógica de eleições passadas, com o PSOL agora na cabeça de chapa.

    Nunes e Boulos largam com um desempenho muito semelhante nas urnas, bem próximos a 30% das intenções de voto. E também iniciam esta nova etapa de votação com o mesmo tempo de televisão — já que se encerra aqui a ampla vantagem que o prefeito teve no primeiro turno.

    Mas há diferenças expressivas entre as duas campanhas, principalmente no que se refere ao potencial de herança dos votos dedicados aos rivais derrotados neste domingo.

    Nunes espera receber a maioria dos votos de Marçal, mesmo tendo embarcado em um confronto acirrado com o ex-coach na reta final. Boulos espera trazer para si boa parte dos votos de Tabata Amaral (PSB). A contabilidade, assim como as pesquisas de intenção de voto, favorece ao prefeito. Mas ambas as campanhas falam em jogo zerado.

    Há pelo menos uma certeza que parece ser compartilhada por ambos os lados: a rejeição terá um papel importante no plano de voo das próximas semanas. O emedebista tentará colar em Boulos a imagem de um político radical, com ideias extremas. Já o psolista tentará refletir em Nunes a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro, na esperança de atrair os votos de centro.

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