Não podemos permitir a reverberação do discurso de ódio contra judeus, diz presidente da Conib à CNN
Claudio Lottenberg, da Confederação Israelita do Brasil, diz que há uma tendência preocupante de politização e polarização das discussões sobre o conflito entre Israel e grupos terroristas
O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, manifestou preocupação com o aumento do antissemitismo após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023.
Em entrevista ao CNN 360°, Lottenberg enfatizou a necessidade de combater a propagação do discurso de ódio contra judeus.
Segundo o presidente da Conib, há uma tendência preocupante de politização e polarização das discussões sobre o conflito entre Israel e grupos terroristas.
“Nós temos que tentar debater, conversar, elucidar, esclarecer”, afirmou Lottenberg, ressaltando a importância de uma abordagem mais equilibrada e informada sobre a situação.
Esclarecendo equívocos sobre Israel
Lottenberg aproveitou a oportunidade para esclarecer alguns equívocos comuns sobre Israel. Ele destacou que o país tem uma população diversificada, incluindo cerca de dois milhões de árabes entre seus nove milhões de habitantes.
“Nós temos árabes que são membros do Parlamento. Nós tivemos um presidente do Supremo Tribunal Federal que era um árabe”, explicou.
O presidente da Conib também abordou a confusão frequente entre Israel e Gaza, enfatizando que Gaza não é parte de Israel, mas sim um território palestino.
Ele criticou a falta de apoio de países vizinhos, como o Egito, na prestação de ajuda humanitária à região.
Combate ao discurso de ódio
Lottenberg expressou preocupação com o aumento do antissemitismo, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Ele alertou que o discurso de ódio, embora muitas vezes comece com os judeus, não se limita a eles.
“Nós não podemos permitir, porque o discurso de ódio, infelizmente, ele começa com os judeus, mas ele não acaba com os judeus”, concluiu.
A entrevista ressaltou a importância de uma discussão mais informada e equilibrada sobre o conflito no Oriente Médio, evitando simplificações e generalizações que podem alimentar preconceitos e discursos de ódio.