Ibovespa fecha em alta de 0,77% com melhora de nota do Brasil; dólar recua a R$ 5,44

O Ibovespa fechou em alta e o dólar recuou contra o real nesta quarta-feira (2), com mercados repercutindo a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s, colocando o país a um passo de retomar o grau de investimento.

Na cena internacional, as atenções seguem nos desdobramentos dos conflitos no Oriente Médio, com expectativa pela resposta de Israel após o ataque do Irã na véspera.

O principal índice do mercado doméstico fechou a sessão com avanço de  0,77%, aos 133.514 pontos, apoiado pelo desempenho positivo de blue chips em dia de alta nas cotações de commodities.

A Petrobras (PETR4) subiu 1,38% seguindo a alta moderada do petróleo nos mercados globais. Já a Vale (VALE3) fechou a sessão com ganhos de 0,55%.

A repercussão positiva com o aumento da nota do Brasil deu fôlego para queda do dólar contra o real. A divisa norte-americana encerrou o dia com perda de 0,34%, negociada a R$ 5,445.

Nota de crédito do Brasil

A agência norte-americana de classificação de risco Moody’s elevou, nesta terça-feira (1º), a nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1.

Com a melhora da classificação de risco, o Brasil está a uma nota do chamado grau de investimento, a nota de corte para que uma instituição ou país seja considerado um porto de investimentos seguros.

Em nota, a Moody´s destacou que o país tem um crescimento mais robusto do que o previsto anteriormente e um histórico crescente de reformas que têm dado resiliência ao seu perfil de crédito, ainda que a credibilidade do arcabouço fiscal seja “moderada”.

Felipe Castro, sócio da Matriz Capital, pontua que a mudança de patamar gera expectativa para maior atenção dos investidores com o país.

“Quando concedido o grau de investimento, que o país teve entre 2008 e 2015, o Brasil voltará no grupo dos mercados mais ‘investíveis’, o que aumenta o volume negociado e impulsiona o mercado como um todo, tanto de renda variável quanto de renda fixa”, explica.

Oriente Médio

As atenções dos mercados globais seguem no Oriente Médio, com o agravamento das tensões após Irã atacar Israel com centenas de mísseis nesta terça.

A expectativa está na resposta de Tel Aviv, além do posicionamento dos EUA em uma eventual escalada dos conflitos.

O petróleo voltou a subir nesta sessão, apesar de a alta ter sido contida por dados de estoques nos EUA, além de de restrições voluntárias à produção da commodity por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

Na New York Mercanile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,39% (US$ 0,27), a US$ 70,10 o barril, enquanto o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 0,46% (US$ 0,34), a US$ 73,90 o barril.

*Com Reuters e Estadão Conteúdo