Candidatos a vice nos EUA se esquivaram sobre guerra no Oriente Médio, avalia professor
Em debate, concorrentes à vice-presidência dos Estados Unidos se esquivaram de perguntas sobre o conflito entre Irã e Israel, priorizando questões domésticas
O professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel, analisou em entrevista à CNN Brasil o impacto das eleições americanas na escalada das tensões no Oriente Médio, após os recentes ataques iranianos a Israel.
Segundo Uebel, as eleições presidenciais nos Estados Unidos estão atualmente no topo das prioridades tanto para o governo Biden quanto para a oposição republicana. “O foco hoje, tanto dos democratas como dos republicanos, é a eleição de 15 de novembro”, afirmou o especialista.
Debate entre candidatos a vice-presidente
Uebel destacou que essa priorização ficou evidente durante o recente debate entre os candidatos a vice-presidente. Quando questionados sobre as questões envolvendo Irã e Israel, ambos os candidatos evitaram respostas diretas, optando por redirecionar a discussão para temas de política externa norte-americana e, principalmente, para questões domésticas dos Estados Unidos.
O professor ressaltou que o papel dos Estados Unidos neste momento é observar a situação, mantendo o apoio a Israel, seu principal aliado na região. “O presidente Biden e o secretário de Estado foram muito claros nesse sentido”, pontuou Uebel.
Perspectivas pós-eleições
O especialista sugeriu que uma possível mudança de rumo na política externa americana em relação ao conflito no Oriente Médio pode ocorrer após as eleições, dependendo de quem sair vitorioso. “Após as eleições, dependendo de como for o vencedor ou a vencedora, a gente pode talvez ter uma mudança de rumo”, explicou.
Uebel concluiu afirmando que será necessário aguardar para ver qual será a pressão exercida pelos Estados Unidos em relação às respostas ao conflito, indicando que a postura americana pode variar significativamente dependendo do resultado eleitoral.