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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    O Irã e a esquina mais importante do mundo (para o petróleo)

    Estreito de Ormuz é um trecho de mar que banha o território iraniano e conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã. Por lá, passa 21% de todo o petróleo do planeta

    À medida que mísseis do Irã rasgavam o céu de Israel, parte do mundo voltou a olhar para o Estreito de Ormuz. O cotovelo de mar que conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã é uma peça fundamental para a logística global. Por lá, passa 21% de todo o petróleo do planeta. É a esquina mais importante do mundo para os combustíveis.

    Sempre que a temperatura geopolítica sobe no Oriente Médio, Ormuz volta a surgir nas conversas do mundo do petróleo e combustíveis. O estreito tem o Irã como margem ao norte e Omã ao sul. E é por lá que passa mais de um quinto de todo o petróleo produzido e consumido pelo planeta.

    No trecho mais crítico, Ormuz tem 33 quilômetros de largura. Parece bastante largo, mas o trecho navegável pelas grandes embarcações petroleiras tem pouco mais de 3.000 metros de largura em cada direção.

    É o suficiente para que o mundo tema por eventual ação do Irã contra o fluxo de embarcações. A preocupação cresce especialmente quando se observa quem compra o petróleo e os derivados que passam por lá.

    Dados da Agência de Energia do governo dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) mostram que diariamente trafegam cerca de 21 milhões de barris pelo local – cerca de 21% de todo o consumo diário de petróleo.

    Desse volume, cerca de 15 milhões de barris são destinados a mercados com forte alinhamento aos americanos: Japão, Coreia do Sul, Europa, Arábia Saudita e os próprios EUA. Entre os outros compradores, estão a China e a Índia.

    Segundo a EIA, há poucas alternativas a Ormuz. Em relatório, o órgão cita que apenas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos têm oleodutos operacionais que podem contornar o Estreito. Juntas, as infraestruturas podem transportar menos de 10 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia – menos da metade que o fluxo diário pelo mar.

    Nos últimos anos, o Estreito foi palco de tensão. Em 2008, os EUA disseram que navios iranianos ameaçaram três embarcações da Marinha americana no local. Em 2010, um petroleiro japonês foi atacado no Estreito por um grupo ligado à Al Qaeda.

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