Análise: Irã lança o maior ataque de mísseis balísticos simultâneos da história
Lourival Sant'Anna destaca que ao menos 180 projéteis foram disparados com a intenção de atingir Israel de forma contundente
O Irã lançou um ataque aéreo sem precedentes contra Israel nesta terça-feira (1°), marcando o que especialistas consideram como o maior ataque de mísseis balísticos simultâneos da história.
Segundo informações das Forças de Defesa de Israel (FDI), ao menos 180 projéteis foram disparados em direção ao território israelense.
Lourival Sant’Anna, analista de Internacional da CNN, destaca a magnitude e a intenção do ataque iraniano. “Desta vez o Irã disparou 180 mísseis balísticos, que levam 12 minutos [para atingir o alvo]. Foi um ataque, na minha leitura, com a intenção de atingir Israel de forma contundente”, explicou Sant’Anna.
O analista compara este ataque com o ocorrido em abril, quando o Irã utilizou uma combinação de drones, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos, totalizando 320 projéteis. Na ocasião, a estratégia iraniana parecia ser mais demonstrativa do que efetiva, dando tempo para Israel se preparar.
Tensões escaladas e dilema iraniano
O ataque atual é visto como uma resposta às recentes provocações israelenses, incluindo um ataque ao consulado iraniano em Damasco e o assassinato de Ismail Haniye em Teerã. Sant’Anna argumenta que Israel pode estar buscando provocar uma guerra direta com o Irã.
Para o Irã, a decisão de retaliar de forma mais contundente é complexa. “No Oriente Médio, não se respeitam líderes que são vistos como se acovardando”, explica Sant’Anna, destacando o dilema enfrentado pela teocracia iraniana, que busca equilibrar a necessidade de resposta com o risco de uma guerra total que poderia derrubar o regime.
O sistema de defesa antiaérea israelense conseguiu interceptar a maioria dos mísseis, embora alguns tenham passado. Até o momento, não há informações sobre vítimas resultantes do ataque.
A situação permanece tensa, com o ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett defendendo um contra-ataque em larga escala, visando a infraestrutura nuclear e petrolífera do Irã.
A comunidade internacional observa atentamente, temendo uma escalada ainda maior do conflito no Oriente Médio.
