Análise: Áustria é um lugar preocupante para o crescimento da extrema direita
Américo Martins alerta para o crescimento do Partido da Liberdade e ressalta o perigoso saudosismo de políticas nazistas no país
O Partido da Liberdade (FPO), de extrema direita, conquistou uma vitória significativa na Áustria, obtendo 29% dos votos em recente eleição.
Este resultado acendeu um alerta sobre o crescimento de movimentos extremistas na Europa, conforme avaliou o analista sênior de internacional da CNN, Américo Martins.
Martins destaca que a Áustria é um local particularmente preocupante para o avanço da extrema direita, dado seu histórico ligado ao nazismo.
“A Áustria fez parte da Alemanha nazista em 1938. Basicamente, o país foi incorporado pela Alemanha nazista, pelo Terceiro Reich. Hitler nasceu na Áustria, inclusive, e até hoje existe um debate ali, um saudosismo perigoso das políticas dos nazistas na própria Áustria”, explica o analista.
Fatores que impulsionam o extremismo
O crescimento de partidos de extrema direita na Europa tem sido atribuído a dois fatores principais: a questão da imigração, especialmente vinda da África e do Oriente Médio, e o declínio econômico da União Europeia em comparação com potências como China e Estados Unidos.
Martins ressalta que a interpretação da imigração por esses partidos é frequentemente equivocada e xenófoba.
“Aqui nos países da Europa, no Reino Unido, eles necessitam de imigrantes para poder manter a economia funcionando”, argumenta.
Reação dos partidos democráticos
Apesar da preocupação com o avanço da extrema direita, há sinais positivos na reação de outros partidos políticos.
“A boa notícia é a relutância de outros partidos de se juntar a esses extremistas do Partido da Liberdade”, afirma Martins.
O analista defende uma aliança entre os partidos democráticos de centro-direita, centro-esquerda e centro para combater posições extremadas.
“Os democratas, de fato, precisam, eles sim, dialogar. Eles sim, encontrar formas de diminuir as suas diferenças e formar governos de centro, com participação da centro-direita e centro-esquerda, combatendo, mais uma vez como eu disse, o extremismo, qualquer que seja a cor do extremismo”, conclui.