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    Vice-líder diz que Hezbollah está pronto para enfrentar invasão terrestre de Israel

    Guerra entre país e grupo armado libanês se intensificou; chefe do Hezbollah foi morto em ataque

    Maya GebeilyLaila BassamMuhammad Al Gebalyda Reuters

    Os combatentes do Hezbollah estão prontos para enfrentar qualquer invasão terrestre de Israel no Líbano, disse o vice-líder do grupo, Naim Qassim, nesta segunda-feira (30), em seu primeiro discurso público desde o chefe do grupo, Hassan Nasrallah, foi morto pelo Exército israelense na semana passada.

    Qassim pontuou que Israel não atingirá seus objetivos e destacou que o Hezbollah estará pronto “se os israelenses decidirem entrar por terra, as forças de resistência estão prontas para um engajamento terrestre”.

    A fala do vice-líder acontece enquanto os ataques aéreos israelenses contra alvos em Beirute e em outras partes do Líbano continuam.

    A ofensiva eliminou vários comandantes do Hezbollah, mas também matou cerca de 1.000 libaneses e forçou um milhão a fugir de suas casas, de acordo com o governo libanês.

    Perdas pesadas para o Hezbollah

    As perdas foram as mais pesadas para o Hezbollah desde que o grupo foi criado, em 1982. Nasrallah o transformou na força militar e política mais poderosa do Líbano, com ampla influência no Oriente Médio.

    Agora, a organização enfrenta o desafio de substituir um líder imponente que foi um herói para seus partidários por ter enfrentado Israel, embora o Ocidente o tenha classificado como um mentor terrorista.

    “Escolheremos um secretário-geral para o partido na primeira oportunidade… e preencheremos a liderança e os cargos de forma permanente”, declarou Qassim.

    O vice-líder afirmou que os combatentes do Hezbollah continuam a disparar foguetes a uma profundidade de até 150 km em território israelense.

    “O que estamos fazendo é o mínimo necessário… Sabemos que a batalha pode ser longa. Venceremos como vencemos na libertação de 2006 diante do inimigo israelense”, acrescentou, referindo-se ao último grande conflito entre os dois.

    Possível incursão terrestre de Israel

    A possibilidade de que o próximo passo de Israel seja enviar tropas terrestres e tanques para a fronteira é um alerta para diversos países na região.

    Israel ressalta que fará o que for necessário para que seus cidadãos retornem em segurança às comunidades na fronteira com o Líbano.

    O país não descartou a possibilidade de uma invasão terrestre e suas tropas estão treinando para isso.

    O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse nesta segunda-feir que seu governo está pronto para implementar totalmente uma resolução da ONU que teria como objetivo acabar com a presença armada do Hezbollah ao sul do rio Litani, como parte de um acordo para interromper a guerra com Israel.

    Mikati afirmou que o Exército libanês poderia se posicionar ao sul do rio, que fica a cerca de 30 quilômetros da fronteira sul do país.

    Entenda a guerra entre Israel e Hezbollah

    Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

    Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.

    A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.

    Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.

    chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.

    Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.

    Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.

    No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.

    Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.

    Quase toda a população de Gaza foi deslocada em meio à nova ofensiva israelense

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