Américo: Objetivo de Israel é enfraquecer possibilidade de ataque aéreo do Hezbollah
Analista destaca que objetivo israelense é enfraquecer capacidade de ataques aéreos do grupo libanês, enquanto Hezbollah demonstra poder de alcance
Um míssil disparado do Líbano foi interceptado próximo a Tel Aviv, capital econômica de Israel, nesta quarta-feira (25). O ataque, reivindicado pelo Hezbollah, visava supostamente um centro de inteligência israelense, em resposta a recentes ações na região do Líbano.
Segundo o analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins, o incidente demonstra a capacidade do Hezbollah de atingir alvos dentro de Israel, mesmo a cerca de 200 km da fronteira libanesa. “Isso é preocupante e, segundo o próprio governo israelense, é uma escalada da tensão com a milícia libanesa”, afirmou Martins.
Estratégia israelense de bombardeios aéreos
Em resposta ao ataque, Israel intensificou os bombardeios aéreos contra o sul do Líbano e o vale do Beka. Martins explica que o objetivo de Israel é “enfraquecer o máximo possível essa possibilidade do Hezbollah atingir através de mísseis o norte e o centro de Israel”.
A estratégia israelense deve continuar nos próximos dias, aproveitando-se da superioridade de sua força aérea, considerada a maior do Oriente Médio. O Hezbollah e o Líbano têm limitada capacidade de defesa contra esses ataques aéreos.
Expectativa de invasão terrestre
Há uma expectativa, principalmente do lado do Hezbollah e do governo libanês, de uma possível invasão terrestre pelas forças de defesa de Israel. Embora Israel mantenha todas as opções em aberto, uma campanha no solo representaria um cenário diferente.
Martins destaca que uma invasão terrestre seria “uma guerra de atrito, em que o Hezbollah acredita que teria mais condições de resistir”. O grupo libanês conta com cerca de 100 mil combatentes e significativo arsenal bélico, o que poderia resultar em uma fase mais complexa do conflito.
A situação permanece tensa, com ambos os lados demonstrando capacidade e disposição para continuar as hostilidades. Uma eventual escalada do conflito para uma invasão terrestre poderia ter consequências ainda mais imprevisíveis e resultar em um número maior de vítimas de ambos os lados.