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    Dólar tem queda firme e fecha a R$ 5,46 após estímulos da China; Ibovespa sobe

    Gigante asiático anuncia maior pacote para aquecer economia desde a Covid-19

    Da CNN* , São Paulo

    O dólar teve queda firme ante o real e o Ibovespa voltou a superar a marca dos 132 mil pontos nesta terça-feira (24), com reação positiva nos mercados ao anúncio de um pacote de estímulo econômico pela China, o maior desde a pandemia da Covid-19.

    No cenário local, as atenções se voltaram à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), com mais detalhes sobre a decisão de alta em 0,25 ponto nos juros na semana passada. Ainda na área de juros, investidores acompanharam falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto.

    O principal índice do mercado doméstico encerrou a sessão com avanço de 1,22%, aos 132.155 pontos, com forte impulso de papéis expostos às commodities.

    A Vale (VALE3) — empresa com maior peso no Ibovespa — esteve entre as maiores altas, com avanço de 4,88%. No mesmo segmento, CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) estiverem entre as lideranças, com avanços de 9,39% e 7,68%, respectivamente.

    O otimismo com o pacote chinês deu força para o câmbio brasileiro, com dólar encerrando em queda firme de 1,33%, negociado a R$ 5,461 na venda. Em setembro, a moeda norte-americana acumula queda de 3,1%.

     Estímulos da China

    Mercados ao redor do mundo repercutiram o anúncio de uma série de medidas de estímulo econômico na China, na tentativa do gigante asiático em reverter a crise imobiliárias e queda da demanda interna, fatores que tolhem os esforços para metas de crescimento.

    O presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, disse que a instituição cortará a taxa de compulsório dos bancos em 0,5 ponto e a taxa de recompra reversa de sete dias em 0,2 ponto percentual, para 1,5%, a fim de injetar mais liquidez na economia e reduzir os custos de empréstimos.

    Também foram anunciadas medidas voltadas para impulsionar a compra de ações e o setor imobiliário.

    O anúncio provocou uma melhora na percepção global sobre o consumo na China, maior importador de matérias-primas do planeta, impulsionando ativos em diversos mercados, incluindo ações e moedas de países com relações comerciais profundas com o gigante asiático.

    Ata do Copom

    No cenário nacional, também favorável ao real nesta manhã, agentes financeiros analisavam a ata da mais recente reunião do Copom, após membros da autarquia votarem na semana passada, de forma unânime, por uma alta de 25 pontos-base na Selic, agora em 10,75% ao ano.

    O documento mostrou que o Banco Central optou por não dar indicação futura sobre os próximos passos para os juros básicos no país diante de incertezas no cenário, mas insistiu em seu firme compromisso com a meta de inflação, também defendendo transparência da política fiscal do governo.

    Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, pontua que o recado da autoridade monetária indica novos aumentos dos juros nas próximas sessões.

    “Ficou claro, na minha visão, que teremos mais altas de juros, mas não sabemos em que ritmo nem em qual magnitude. Os membros concordaram de forma unânime que o ciclo será gradual e dependerá de dados a serem divulgados”, diz.

    Na semana passada, o real se valorizou contra o dólar diante da perspectiva, e depois confirmação, do aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, à medida que o BC ruma para um ciclo de aperto monetário e o Federal Reserve começa a afrouxar sua taxa de juros.

    Investidores também analisaram falas do presidente do BC sobre expectativas para a inflação, citando que o Brasil “parece” crescer acima do seu PIB potencial – que indica a capacidade de um país em expandir sua economia sem impactar na alta de preços.

    Em evento do banco Safra, Campos Neto indicou que, o “quadro todo” da inflação no país preocupa o BC, com o crescimento da economia acima do esperado e a “mão-de-obra” apertada. Enquanto as expectativas de avanço do PIB para 2024 chegam a casa de 3%, o desemprego segue caindo.

    *Com Reuters

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