Américo: Lula deve falar sobre reforma das institucionais globais
Mudanças climáticas também devem ser abordadas pelo presidente brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve discursar nesta terça-feira (24) na abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York, mantendo a tradição do Brasil como primeiro país a se pronunciar no evento. De acordo com o analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins, o líder brasileiro deve focar em temas cruciais para a política externa do país.
Um dos principais pontos esperados no discurso de Lula é a defesa da reforma das instituições de governança global. O presidente já criticou a ineficácia da ONU em aspectos importantes, especialmente devido às divisões no Conselho de Segurança.
Paralisia no Conselho de Segurança
Américo Martins destaca que o Conselho de Segurança da ONU enfrenta uma paralisia significativa devido a divergências entre as potências com poder de veto. “Quando o Bloco Ocidental, Estados Unidos, França e Reino Unido, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, chegam no consenso, esse consenso é bloqueado por China e Rússia. E quando acontece o contrário, são os Estados Unidos também que bloqueiam iniciativas que vêm, por exemplo, da China”, explica o analista.
Além da reforma das instituições globais, Lula deve abordar a questão das mudanças climáticas, tema de grande relevância para o Brasil, que enfrenta atualmente problemas como seca, queimadas e dificuldades respiratórias em diversas cidades. O presidente deverá cobrar dos países mais ricos maior contribuição financeira para o combate às alterações climáticas.
Américo Martins ressalta que, embora as propostas de Lula sejam de longo prazo, é importante que o Brasil marque sua posição, especialmente considerando sua atual presidência do G20. ‘Todos esses aspectos que ele está levantando são aspectos que vão demorar muito para ser implementados, mas é importante que ele marque essa posição’, afirma o analista.
O discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU é aguardado com expectativa, não apenas pelo conteúdo, mas também pelo impacto que pode ter nas discussões internacionais sobre governança global e mudanças climáticas nos próximos anos.