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    Biden faz último discurso como presidente dos EUA na Assembleia Geral da ONU

    Democrata deve desenhar cenário das dificuldades globais e da necessidade de colaboração entre os países

    Steve Hollandda Reuters

    O presidente dos EUA, Joe Biden, pretende enaltecer seu legado de política externa durante um discurso na ONU nesta terça-feira (24). O presidente americano ainda enfrenta os desafios impostos pelo esforço da Ucrânia contra os invasores russos e por um Oriente Médio mergulhado em guerras.

    Faltando quatro meses para o fim de seu mandato, Biden sobe ao púlpito para discursar aos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, com guerras em ambas as regiões apresentando dilemas que provavelmente durarão mais do que sua presidência.

    À medida que os esforços fracassam para impor uma trégua em Gaza e com Israel e o Hezbollah do Líbano travando uma batalha transfronteiriça, o Pentágono disse na segunda-feira (23) que enviará um número reduzido de tropas adicionais para o Oriente Médio por precaução.

    O mandato de Biden tem sido dominado por desafios de política externa, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 até o ataque palestino do Hamas no sul de Israel e a tomada de reféns em 7 de outubro do ano passado e o consequente ataque israelense à Faixa de Gaza.

    O combate à China e ao Irã, que apoia tanto o Hamas quanto o Hezbollah, também consumiu grande parte do tempo do presidente.

    Uma autoridade sênior do governo disse que o discurso de Biden lhe dará a oportunidade de falar sobre o que ele considera as principais realizações de sua gestão e de declarar que a comunidade internacional deve apoiar a Ucrânia e que é necessária uma solução diplomática no Oriente Médio.

    A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse a repórteres no voo do Air Force One para Nova York que Biden delineará sua “visão de como o mundo deve se unir para resolver esses grandes problemas e defender princípios fundamentais, como a Carta da ONU”.

    Biden deve ouvir o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre um novo plano de paz ucraniano quando eles se encontrarem em Washington na quinta-feira (26). Uma autoridade dos EUA disse que o plano é provavelmente muito parecido com os planos anteriores que pedem mais armamento e apoio para a luta da Ucrânia.

    “Apoiamos a busca da Ucrânia por uma paz justa, duradoura e abrangente para esta guerra. E o presidente está comprometido em fornecer aos militares ucranianos o equipamento necessário para fortalecer sua posição”, disse Jean-Pierre.

    O discurso de Biden na ONU será o principal evento de uma visita de dois dias a Nova York, que inclui um discurso sobre o clima na terça-feira e uma reunião na quarta-feira com To Lam, presidente do Vietnã.

    O presidente americano está ansioso para aprofundar as relações com o país estratégico do sudeste asiático e com o centro de produção para combater a Rússia e a China, com as quais o Vietnã também mantém laços.

    A Ucrânia e a Rússia, Gaza, Irã e China serão desafios para o próximo presidente, seja o sucessor de Biden a vice-presidente, Kamala Harris, uma democrata, ou o ex-presidente Donald Trump, um republicano.

    A postura de Harris em relação à política externa é muito parecida com a de Biden, embora ela tenha adotado um tom mais duro em relação às dezenas de milhares de mortes de palestinos e à crise humanitária na Faixa de Gaza, devastada por um ataque israelense que já dura quase um ano.

    Trump, manifestando tendências isolacionistas, tem pouco entusiasmo em apoiar a batalha da Ucrânia para expulsar os invasores russos e é um firme apoiador do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que tem relações desgastadas com Biden.

    Biden expressou apoio inabalável a Israel em seu esforço para eliminar os militantes do Hamas de Gaza, mas até o momento não obteve sucesso em sua tentativa de negociar um acordo de cessar-fogo em troca de reféns, e não há previsão de avanço.

    Sob a liderança de Biden, os Estados Unidos destinaram milhões de dólares em armamentos americanos para a Ucrânia e mobilizaram o apoio da Otan a Kiev. Mas o conflito está praticamente em um impasse, já que a Rússia se mantém em partes do leste da Ucrânia que conquistou no início da guerra.

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