Em NY, Lula aponta falhas no multilateralismo e defende diálogo sobre tributação internacional
Presidente brasileiro discursou na abertura da Cúpula do Futuro da Organização das Nações Unidas neste domingo (22)
Em discurso na abertura da Cúpula do Futuro da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, neste domingo (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a necessidade de reformas no multilateralismo e a representação do Sul Global no debate econômico mundial.
O presidente ressaltou a importância de um novo pacto global que inclua discussões sobre a dívida dos países em desenvolvimento e a tributação internacional e defendeu a criação de uma instância de diálogo entre chefes de Estado e líderes de instituições financeiras internacionais para recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial.
Lula afirmou que o atual sistema econômico global falha em atender às necessidades dos países em desenvolvimento. Para ele, “as instituições de Bretton Woods desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento”, disse.
Os acordos de Bretton Woods foram firmados na década de 1940, quando países ricos formaram uma aliança para compor um sistema monetário internacional.
Na presidência do G20 este ano, o grupo com as 20 maiores economias mundiais, o Brasil capitaneia uma espécie de novo acordo, desta vez sob a ótica da tributação de grandes fortunas. A proposta é encabeçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Lula ainda reforçou que há uma “crise” na governança global que “requer transformações estruturais”. Segundo ele, o Sul Global “não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico”.
O mandatário brasileiro também destacou a urgência de uma governança capaz de responder aos desafios econômicos e climáticos atuais e futuros, e disse que é preciso ter “coragem e vontade política para mudar”.
“Os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro. Em parceria com o Secretário-Geral, como preparação para a COP30, vamos trabalhar por um balanço ético global, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma da justiça, da equidade e da solidariedade”, frisou.
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