Veja autores negros com livros cobrados em vestibulares no país
A valorização da literatura negra contribui para a descolonização do conhecimento e desafia a hegemonia de autores europeus
Entre autores clássicos e contemporâneos, a inclusão de escritores negros enriquece o repertório literário dos vestibulandos brasileiros, expondo-os a diferentes estilos, temáticas e linguagens.
Além disso, a valorização da literatura negra contribui para a descolonização do conhecimento e desafia a hegemonia de autores europeus e brancos. Pensando nisso, a CNN separou pelo menos cinco nomes de autores negros com obras cobradas nos principais vestibulares do país. Confira:
Paulina Chiziane
Moçambicana, Paulina Chiziane cresceu nos subúrbios de Maputo e estreou na literatura em 1984. Escreveu diversos romances consagrados, como “Balada de Amor ao Vento” (1990) — entre as obras de leitura obrigatória da Fuvest de 2026 a 2028 –, “Ventos do Apocalipse” (1993), “O Sétimo Juramento” (2000) e “O Alegre Canto do Perdiz” (2008).
“Niketeche: Uma História de Poligamia” (2002) — na lista de obras da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) — lhe rendeu o Prêmio José Craveirinha, entregue pela Associação Moçambicana de Escritores, sendo o melhor romance do ano.
A literatura de Paulina, a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, denuncia a marginalização das mulheres moçambicanas.
Conceição Evaristo
Romancista, poeta e contista brasileira, Conceição Evaristo já foi homenageada como Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti 2019 e vencedora do Prêmio Jabuti 2015. Em obras que misturam realidade e ficção, o elemento principal das escrevivências da autora é a narrativa das mulheres negras.
Em textos que denunciam as desigualdades raciais e de gênero, mas destacam a ancestralidade, suas obras compõem a lista de leituras dos vestibulares da Unicamp e USP (Universidade de São Paulo), por exemplo. “Canção Para Ninar Menino Grande” (2018) e “Olhos D’água” (2014) são as leituras obrigatórias.
Jeferson Tenório
Doutor em teoria literária pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), o brasileiro estreou na literatura com o romance “O Beijo na Parede” (2013), eleito o Livro do Ano pela Associação Gaúcha de Escritores.
Além disso, é autor de “Estela sem Deus” (2022) e “O Avesso da Pele” (2020), que venceu o prêmio Jabuti e teve os direitos vendidos para China, Canadá, Eslováquia, Espanha, Itália, México, Portugal, Reino Unido e Suécia. O livro, inclusive, está na lista do vestibular 2025 UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Carolina Maria de Jesus
A escritora brasileira nasceu em Minas Gerais no ano de 1914. Viveu em condições de extrema pobreza, trabalhando como catadora de papel na favela do Canindé, em São Paulo, e deixou um legado fundamental para a literatura brasileira. Carolina Maria de Jesus faleceu em São Paulo em 1977.
Sua principal obra, “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicada em 1960, é um relato autobiográfico que retrata de forma crua e realista a vida nas favelas brasileiras. O livro está entre os indicados no vestibular 2025 da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Através de seu diário, Carolina nos mostra a realidade de uma mulher negra, pobre e mãe solo, enfrentando as dificuldades do dia a dia e buscando um futuro melhor para seus filhos.
Machado de Assis
Considerado o maior escritor brasileiro e um gênio da literatura, Machado de Assis (1839-1908), nasceu no Rio de Janeiro e deixou um legado literário que transcende as fronteiras do Brasil e do tempo.
É também reconhecido como o introdutor do Realismo no Brasil, com obras que retratam a sociedade da época com ironia e crítica social, além de trazer personagens complexos e multifacetados.
“Quincas Borba” (1891), “Casa Velha” (1885) e “Várias Histórias” (1896) são algumas de suas obras presentes nas leituras obrigatórias dos vestibulares da USP, Unicamp e UFRGS, respectivamente.
5 formas de usar a nota do Enem: estudar em Portugal, ProUni e mais