“Escrevo livros que gostaria de ler”, diz Raphael Montes, de “Bom Dia, Verônica”
Autor do livro que inspirou série da Netflix e "Uma Família Feliz" falou à CNN sobre como começou sua carreira como escritor de livros policiais
O escritor Raphael Montes, 33, pensa em sua versão leitor quando constrói uma história. Ele explicou sobre seu processo e contou sobre sua trajetória literária em entrevista à CNN durante a Bienal do Livro de São Paulo.
“Eu escrevo pensando no leitor que eu sou”, explicou Montes, autor de obras como “Bom Dia, Verônica” e “Uma Família Feliz“. “Eu escrevo os livros que eu gostaria de ler. Eu não tento pensar, ‘ah, a geração X vai gostar de tal coisa’. Eu não faço não por um esnobismo, mas porque eu não acredito que eu conseguiria fazer se pensasse assim.”
O escritor esteve presente na 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Seu último lançamento, “Uma Família Feliz”, foi o livro mais vendido da editora Companhia das Letras durante o evento. Do top 5 de vendas da editora na Bienal, três livros são da autoria de Montes.
“A grande delícia de você ser escritor é você pode vestir corpos e cabeças que não são seus”, contou o escritor. “Ou seja, você ter experiências que não são as que você tem na vida normal e, na verdade, tentar imaginar como seria ‘se’.”
“O exercício do escritor, eu acho, tem muito a ver com uma certa empatia”, descreveu.
Seu amor pela leitura começou quando conheceu exatamente os livros de suspense, com obras como as escritas por Agatha Christie, Arthur Conan Doyle e Sidney Sheldon.
“As histórias de mistério foram as que me fisgaram para a literatura””, falou Raphael Montes à CNN. “Eu entrei no mundo da literatura pela literatura policial e de filme. Então, quando comecei a escrever, naturalmente eu quis fazer histórias policiais e de crime.”
“Ao longo do processo de escrever cada livro, eu fui percebendo que a literatura policial, a medida que ela trata de violência e sociedade – como se cometem crimes, como esses crimes são investigados, como são punidos – então se trata de questões sociais, políticas, éticas e morais que são muito fortes e também são tema da dita ‘alta literatura'”, falou, “mas, através do gênero da literatura policial, você consegue fisgar o leitor pela emoção de tal modo que ele nem percebe, mas a gente está discutindo diferentes assuntos ali”.
Veja a entrevista de Raphael Montes à CNN:
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*Com informações de Giovana Rampini, da CNN.