Aumento da conta de luz em 2024 pode impactar inflação em 2025, diz economista-chefe do Inter à CNN
Rafaela Vitoria explica como a estiagem e o aumento do custo de energia podem afetar a economia brasileira nos próximos anos
O aumento do custo da geração de energia no Brasil, devido à estiagem, pode ter impactos significativos na inflação não apenas em 2024, mas também em 2025, segundo a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria.
Em entrevista ao CNN Arena, a especialista alertou sobre as possíveis consequências econômicas da atual situação climática no país.
De acordo com Vitoria, a aceleração da inflação observada neste ano já reflete, em parte, o aumento do custo de energia causado pela seca e pelos baixos níveis dos reservatórios.
A adoção da bandeira vermelha na conta de luz, anunciada pela agência reguladora, é um indicativo claro dessa pressão sobre os preços.
Impacto na inflação e projeções econômicas
A economista explicou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) projetado para este ano está mais elevado, devendo fechar próximo ao teto da meta de inflação. Esse cenário pode gerar uma “inércia inflacionária”, contaminando também os índices do próximo ano.
“Os contratos são reajustados com base na inflação passada, então a gente tem sim um impacto de aumento de custo da energia na inflação”, afirmou Vitoria.
Essa dinâmica pode criar um ciclo de reajustes que se estende além de 2024, afetando as projeções econômicas para 2025.
Fatores compensatórios no cenário econômico
Apesar do cenário preocupante relacionado à energia, Vitoria apontou alguns fatores que podem compensar parcialmente esse aumento de custos.
A queda nos preços de commodities, incluindo o petróleo, e a desaceleração econômica global podem trazer algum alívio.
“A gente vê commodities em queda, o preço do petróleo caiu, a gente pode ter em breve uma queda de preços da gasolina pela Petrobras”, explicou a economista.
Esses fatores, segundo ela, tendem a compensar, em parte, o aumento da energia causado pelas questões climáticas.
A análise de Rafaela Vitoria ressalta a complexidade do cenário econômico brasileiro, onde fatores internos, como a crise hídrica, se somam a variáveis externas, como o mercado global de commodities, na formação das expectativas inflacionárias para os próximos anos.
