Ulisses Campbell à CNN: Violência sofrida por Elize Matsunaga despertou a empatia do público
Jornalista e escritor analisa a reação popular ao caso de Elize Matsunaga, destacando a complexidade emocional envolvida em crimes de grande repercussão
Em entrevista à CNN Brasil, o jornalista e escritor Ullisses Campbell, autor do livro “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido”, revelou insights surpreendentes sobre a percepção pública de criminosos famosos no Brasil, com foco especial no caso de Elize Matsunaga.
Campbell destacou que, entre os criminosos que biografou, Elize Matsunaga é a que mais desperta empatia do público. “As pessoas têm empatia pela Elize Matsunaga. Eu lembro que eu decidi biografar a Elize Matsunaga porque quando eu a vi saindo da cadeia pela primeira vez, tinham muitas pessoas na porta da cadeia, ela foi ovacionada, com uma salva de palmas”, relatou o escritor.
A complexidade por trás da empatia
O autor atribui essa reação à história de violência sofrida por Elize e à percepção pública sobre seu falecido marido, Marcos Matsunaga. “As pessoas chegaram à conclusão de que o Marcos Matsunaga, o marido que ela matou, ele era um homem extremamente violento, não só com ela, mas com outras mulheres”, explicou Campbell.
Essa revelação levanta questões sobre como o público processa informações em casos criminais complexos, especialmente aqueles que envolvem violência doméstica. Campbell observou: “Então as pessoas acabam criando uma empatia. Ao mesmo tempo que o brasileiro tem uma admiração pela Suzane como celebridade, eles têm esse acolhimento com a Elize Matsunaga”.
O fenômeno das “celebridades criminosas”
Campbell também abordou o fascínio do público por outros criminosos famosos, como Suzane von Richthofen e o goleiro Bruno. “A Suzane, eu acho que o brasileiro tem um verdadeiro fetiche pela Suzane, porque eles querem saber se ela tá namorando, querem saber se ela tá grávida, se o filho dela é menino ou menina, se ela passou na faculdade”, comentou.
O jornalista ressaltou que esse interesse não se limita a perfis específicos, citando casos como o de Flordelis, que também atrai atenção significativa. Essa observação desafia a noção de que apenas criminosos de certos perfis socioeconômicos ou raciais capturam a imaginação do público.
A entrevista de Campbell lança luz sobre a complexa relação entre o público brasileiro e criminosos de alta visibilidade, revelando nuances inesperadas na forma como a sociedade processa e reage a crimes notórios.